Pressionado, Lula deve dar ministério a Marta

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retoma as negociações da reforma ministerial nesta quarta-feira. No início da tarde, Lula conversa com o ministro das Cidades, Márcio Fortes, e pode dispensá-lo do cargo. Na semana passada, Lula havia garantido à direção do PP, partido de Fortes, que ele era um dos ministros intocáveis na Esplanada. Porém, o PT está pressionando Lula a dar esse Ministério para a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy, que tem pretensões eleitorais para 2008 e 2010.

A princípio, Marta assumiria o Ministério da Educação, mas o presidente está indeciso sobre o corte do atual ministro Fernando Haddad (também petista), o qual Lula considera um bom técnico para a função. Se a pressão do PT der certo, Fortes pode ser dispensado hoje. Se isso ocorrer, Lula terá que resolver o problema com o PP, que já avisou que não aceitará a mudança de planos passivamente.

Depois de Fortes, Lula recebe o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Lula deve confirmar a Meirelles que quer sua permanência no segundo mandato. O PT chegou a emitir um documento durante o último congresso da sigla, na Bahia, criticando a política monetária do Banco Central. Mesmo sem citar o nome de Meirelles, os ataques tinham o objetivo de tirar Meirelles do cargo. Lula, no entanto, não deve ouvir os apelos petistas.

No final do dia, Lula recebe o ministro da Defesa, Waldir Pires, e deve oficializar a troca no comando das Forças Armadas. As mudanças obedecem a hierarquia tradicional da Aeronáutica, Marinha e Exército.

O brigadeiro Luiz Carlos Bueno, que comandou a Aeronáutica durante a crise da aviação civil brasileira, no fim do ano passado, será substituído pelo brigadeiro-do-ar Juniti Saito.

O general-de-Exército Francisco Albuquerque, que será lembrado por ter usado suas credenciais para embarcar num vôo lotado da TAM, no ano passado, será trocado pelo general Enzo Martin Peri, chefe do Departamento de Engenharia e Construção do Exército. O almirante-de-esquadra Júlio Soares de Moura Neto substituiria o atual comandante da Marinha, Roberto Carvalho.