Exoneração de Alencar Farina deflagra crise

A primeira crise política entre o governo de Blairo Maggi e o PR, partido ao qual se filia no próximo mês, foi deflagrada com a demissão do secretário-adjunto da Secretaria de Saúde e presidente do Diretório Municipal do extinto PL de Cuiabá, o médico Alencar Farina, que foi candidato a deputado federal nas eleições do ano passado.

Sob alegação de incompatibilidade profissional, o secretário de Saúde, Augustinho Moro, se limitou a informar o desligamento de Farina, nomeado no mês passado para ser um dos adjuntos da segunda mais importante secretaria de Estado, com um orçamento de R$ 535 milhões para 2007.

Nos bastidores, as informações são divergentes. Farina, que tem pretensões eleitorais, estaria se utilizando da função para sua promoção e para assegurar palanque à disputa pela Prefeitura de Cuiabá em 2008. Fora isto, ele havia em reuniões de servidores enumerado mudanças estruturais e ações dando certo o compromisso político do governador Blairo Maggi em nomeá-lo como titular da pasta a partir da metade deste ano.

Estes fatos acabaram sendo colocados em um documento entregue por uma comissão de servidores da Secretaria de Saúde ao próprio governador do Estado. Mais tarde, o Sindicato dos Servidores da Saúde emitiu nota de apoio à gestão do secretário Augustinho Moro, que em reuniões promovidas por seu adjunto teria sido considerado como inapto e muito técnico para ocupar uma função importante como a Secretaria de Saúde.

No final da tarde de ontem, o deputado federal Wellington Fagundes, um dos mentores da filiação de Blairo Maggi ao PR, foi pessoalmente comunicado pelo governador da exoneração de Alencar Farina e da necessidade de se apresentar outros três nomes para sucedê-lo. Fagundes estava acompanhando o prefeito de Lucas do Rio Verde, Marino Franz, e diversos vereadores que, em audiência com o governador, confirmaram estar acompanhando Blairo para o novo partido. (ML)