Justiça prorroga prazo para PF em inquérito sobre Abel Pereira e sanguessugas

A Justiça Federal concedeu o pedido da Polícia Federal para prorrogar o prazo para investigar a suposta ligação do empresário Abel Pereira com a máfia das ambulâncias. O pedido recebeu um parecer positivo do Ministério Público Federal, que devolveu nesta semana o processo para a Justiça. É a terceira prorrogação do prazo de investigação do inquérito.

Abel foi apontado por Luiz Antonio Vedoin --chefe da máfia dos sanguessugas-- como elo da quadrilha dentro do Ministério da Saúde durante a gestão de Barjas Negri (PSDB), atual prefeito de Piracicaba (SP).

Em depoimento à Justiça Federal, Vedoin afirmou que Abel tinha ligação com Barjas e atuava no Ministério da Saúde em 2002 para liberar verbas.

Em troca, o empresário receberia 6,5% por verba liberada. Ele nega. Conforme Vedoin, Abel conseguiu a liberação de R$ 3 milhões a R$ 3,5 milhões no ministério. O novo prazo, segundo a PF, será utilizado na tomada de novos depoimentos e cruzamento de informações. Sanguessugas

O Ministério Público Federal solicitou ontem à Polícia Federal, em Cuiabá, o indiciamento de 72 pessoas envolvidas com o esquema da máfia dos sanguessugas.

Também ontem, a PF indiciou mais um ex-parlamentar sob acusação de envolvimento com o esquema. Conforme a investigação, o ex-deputado Ricarte de Freitas Júnior (PTB-MT) teria praticado os crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e formação de quadrilha.

Com o ex-deputado Ricarte, sobe para para 33 o número de ex-parlamentares já indiciados pela PF na investigação sobre o esquema de desvio de dinheiro público, que ficou conhecido como máfia dos sanguessugas.