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Politica Brasil
Quinta - 15 de Fevereiro de 2007 às 08:42

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A exemplo do que ocorreu no final do ano passado, a Secretaria de Saúde de Cuiabá vive hoje um novo ciclo de crise político-administrativa, especialmente por causa da rede de intrigas formada nos bastidores. Desta vez, o alvo da artilharia é o diretor do Hospital e Pronto Socorro de Cuiabá (HPSMC), Euclides dos Santos, envolvendo médicos, enfermeiros e até outros diretores e superintendentes indicados pelo prefeito Wilson Santos (PSDB).

Em um clima já tenso, os protagonistas deste cenário conturbado trocam acusações mútuas e o caso (leia-se denúncias) já chegou no Ministério Público Estadual e no Conselho Regional de Medicina (CRM). No epicentro da crise, Euclides Santos foi pego para Judas e é atingido até pelo "fogo amigo" de outros diretores. Ao assumir a decisão de "enfrentar" as "máfias" que agem no âmbito do Pronto Socorro, Santos está enfrentando um desgaste sem precedentes.

Médicos, na contra-mão, ameaçam pedir demissão em massa por causa do "tratamento truculento" dispensado por Euclides e já encaminharam reclamação ao CRM. "Cinco pediatras já pediram demissão", disse uma fonte do HPSMC, segundo a qual as "interferências e cobranças" do diretor foram preponderantes para a decisão dos pediatras. O boicote a Euclides envolve também os enfremeiros e outros profissionais que também estão "incomodados" com as cobranças insistentes.

O problema é que alguns 'conspiradores' não têm a mínima condição moral de fazer qualquer reclamação, dizem as mesmas fontes, que acompanham apreensivas o dia-a-dia do Pronto Socorro. "Essas pesssoas não estão credenciadas a fazer denúncias contra quem quer que seja, porque integram as máfias que desviam medicamentos, instrumentos, pacote cirúrgico e drenam pacientes para hospitais privados de forma vergonhosa, utilizando os próprios profissionais", disseram outras fontes.

Em meio à troca de acusações, o trabalho de Santos, de fato, fica comprometido porque falta estrutura, medicamentos e, sobretudo, profissionais capacitados para enfrentar as "batalhas diárias" do Pronto Socorro. Isso é o 'gancho' ideal para que os insatisfeiros conspirem contra ele. Hoje, nem todas as UTIs funcionam por falta de estrutura física e de aparelhamento e recursos.

O paradoxo é que os hospitais privados, que ameaçaram suspender o atendimento pelo SUS, receberam nada menos do que R$ 5,16 milhões em repasses federais do SUS. Em contrapartida, o Pronto Socorro assistiu sua arrecadação despencar no final do ano passado, fato que confirma o desvio de pacientes para os hospitais privados, dentro da "rede" armada para "fisgar pacientes".





Fonte: Olhar Direto

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