Influência de Maggi estaria provocando racha no PSB

Embora não admitam oficialmente, dois deputados, um federal e outro estadual, já medem forças para comandar o PSB daqui para frente. E no meio desse enfrentamento estaria ainda em jogo a influência do governador Blairo Maggi, que deve se filiar ao PR no início de março.

Um integrante do partido disse que “vai feder chifre na disputa pelo comando do PSB”. O deputado estadual Mauro Savi, que elegeu-se pelo PSB, no primeiro mandato, mas depois trocou a sigla pelo então PPS de Blairo Maggi, disse que semana que vem logo após o Carnaval viaja para Brasília onde deve acertar sua filiação com a cúpula do partido. “A probabilidade de eu ingressar do PSB é de 90%”, garantiu.

Savi disse que não passa de boato a idéia da medição de força pelo comando do PSB. “Acho que o pessoal que já está lá tem capacidade suficiente para dirigir o partido”, ponderou, sem, no entanto, afastar a condição de que também é candidato a presidente da sigla.

Teodoro Moreira Lopes, o Doía, que preside uma comissão provisória do PSB, também disse que não há nenhum racha e o que está acontecendo acerca da escolha do comando do partido nada mais é do que “conversação”.

Mauro Savi, que deve deixar o PPS e se filiar ao PSB, foi mantido líder do governo Maggi na Assembléia, função que desempenha há uns dois anos.

Maggi estaria propondo cargos ao PSB, desde que a sigla mantivesse o seu líder no comando. O primeiro a ser favorecido seria o Doía, que seria nomeado presidente do Detran.

Doía nega essa condicional. “Oferecido não tem preço”, diz ele. Contudo, o presidente temporário do PSB disse que seu partido tem uns cinco nomes que podem ser beneficiado com cargos no governo, dos quais um é o dele.

“Não trabalho para isso (nomeação). Nesse período fala-se muito”, despistou Doía, um defensor da ida de Savi para o PSB. “Torço muito por isso, mas ele disse que vai assinar no partido, vamos aguardar, isso ainda não aconteceu”.

O vice-presidente da comissão provisória, o deputado federal Valtenir Pereira, não opina sobre o eventual racha, mas já discursa como candidato ao comando do PSB. “Quero fazer uma construção partidária ideológica”. O parlamentar disse que obteve conquistas para a sigla como fundo partidário e tempo de tevê.

Valternir Pereira disse que conversou na semana passada com os dois principais líderes do PSB, Eduardo Campos, governador do Pernambuco, que preside o partido e o deputado federal Ciro Gomes. Ele deve retomar o diálogo também depois do período do Carnaval.

O deputado federal Ciro Gomes tem boa relação política com o governador Blairo Maggi. Tanto que Maggi entrou no PPS sob a chancela de Ciro. Eduardo Campos também é parceiro político de Maggi.