Setor do tabaco doou R$ 674 mil para 13 deputados
Se comparado a doações de outros segmentos, como o de empreiteiras, esse valor não é tão alto. Entretanto, para um setor que não é fornecedor de órgãos de governo nem tem tradição de envolvimento em disputas eleitorais, a quantia é grande.
Em 2002, o setor destinou somente R$ 255 mil para todas as campanhas que auxiliaram, dos quais R$ 97 mil foram para cinco deputados federais eleitos. Logo, o aumento das doações de uma eleição para outra foi de 577% no total e de 512% no auxílio específico para parlamentares eleitos.
O motivo desse aumento pode ser o fato de, em 2006, o setor ter sofrido uma grande derrota no Congresso, quando foi ratificada a adesão do Brasil à Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Com isso, o país se comprometeu a adotar novas medidas de combate ao cigarro.
Em compensação, no dia 31 de janeiro, no encerramento da legislatura, foi arquivado na Câmara, sem passar pelo plenário, um projeto que obrigava as indústrias de tabaco a reembolsarem o Sistema Único de Saúde (SUS) pelos gastos com doenças resultantes do cigarro.
Para Tânia Cavalcante, chefe da Divisão de Controle do Tabagismo do Instituto Nacional do Câncer (Inca), órgão do Ministério da Saúde, beneficiadores e fabricantes estão se precavendo. “Está havendo uma tentativa de preparar o Congresso para os futuros embates”, ressaltou.
Confira os 13 parlamentares que ficaram com a maior parte das doações e o quanto receberam:
Luis Carlos Heinze (PP-RS) – R$ 120 mil
José Otávio Germano (PP-RS) – R$ 113,6 mil
Sérgio Moraes (PTB-RS) – R$ 72,5 mil
Vaccarezza (PT-SP) – R$ 60 mil
Nice Lobão (PFL-MA) – R$ 50 mil
Olavo Calheiros (PMDB-AL) – R$ 50 mil
Efraim Filho (PFL-PB) – R$ 50 mil
Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS) – R$ 45 mil
Abelardo Camarinha (PSB-SP) – R$ 35 mil
Jorge Tadeu Mudalen (PFL-SP) – R$ 25 mil
Arnaldo Madeira (PSDB-SP) – R$ 25 mil
Afonso Hamm (PP-RS) – R$ 23 mil
Fernando Diniz (PMDB-MG) – R$ 5 mil
Comentários