Lula vai aumentar participação do PMDB no governo, diz Temer
Temer disse ainda que o esboço do novo Ministério de Lula deve sair em 20 dias. Porém, negou que a disputa pela presidência do partido tenha influência na escolha de Lula.
"Lula registrou que, num período de 20 dias, deve ter um desenho ministerial definido", comentou Temer. Segundo ele, "Lula vai, depois do Carnaval, trazer as hipóteses de ministérios e funções para o PMDB e para os demais partidos", acrescentou.
Temer disse ainda que Lula indicou que a sigla terá espaço no governo, mas enfatizou que o presidente buscará montar um novo Ministério "com base numa equação equilibrada" que deve considerar o tamanho do partido no Congresso Nacional.
"O presidente tem consciência do tamanho do PMDB no Congresso, do número de governadores. Ele saberá encontrar uma equação administrativa equilibrada", salientou o presidente do partido, que tem 102 deputados na Câmara e 20 senadores.
O PMDB é a maior sigla da coalizão de governo e, ao lado do PT, deve ocupar a maior parte dos ministérios de Lula. Hoje, o partido ocupa três pastas: Saúde, Minas e Energia e Comunicações. Se esses ministérios forem mantidos pelo PMDB, apenas o ministro da Saúde, Agenor Álvares, deve ser trocado. Segundo Temer, Lula não falou em tirar o comando dessas pastas do partido.
Para o presidente do PMDB, Lula vai definir o espaço de cada partido na Esplanada dos Ministérios de acordo com o tamanho das bancadas no Congresso. Dessa forma, quem tem mais parlamentares ganha mais ministérios. Porém, a conta não será meramente aritmética, porque há pastas que têm muito mais peso que outras.
O PMDB, por exemplo, pode se dar por satisfeito se mantiver as três pastas que comanda e agregar apenas mais uma de peso, como Transportes, Cidades ou Integração Nacional. Mas, se a oferta comportar pastas secundárias, o número de ministros aumenta.
"O fundamental é ter participação no governo na medida em que o presidente faça a sua equação administrativa. O PMDB não postular esta ou aquela pasta, o PMDB está disposto a ouvir e a dialogar. Essa equação administrativa vai levar em conta considerações de natureza política, inclusive o tema da coalizão", explicou Temer.
Temer disse também que Lula deixou claro que disputa interna pela presidência do PMDB não tem influência na escolha dos nomes. "Isso ficou claro. O presidente disse que não tem influência na decisão uma possível disputa interna do PMDB. Ele disse também que as indicações são para todo o partido, sem a divisão Câmara e Senado".
Lula se reúne ainda esta semana com representantes do PP e do PDT para tratar da reforma ministerial. O PT, partido de Lula, já se reuniu com Lula antes para definir o seu espaço no novo governo.
Participaram da reunião desta segunda-feira o líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Alves (RN), o líder do PMDB no Senado, senador Valdir Raupp (RO), e o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro.
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