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Polícia Brasil
Sábado - 10 de Fevereiro de 2007 às 07:55
Por: Patricia Neves

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O cabo da Polícia Militar, Rodolfo Santa Filho, o "Cabo Conan", terá direito a tratamento médico específico conforme determinação da juíza da 12ª Vara de Cuiabá, Maria Aparecida Ferreira Fago. O militar, preso há quase um ano na Cadeia Pública de Santo Antônio do Leverger (27 km de Cuiabá), pelo assassinato do desempregado Jaciel Monteiro Lopes, poderá deixar a unidade prisional e até mesmo ser internado em um hospital particular. A medida, no entanto, somente poderá ser tomada após análise de uma junta médica.

O militar já foi acusado formalmente pelo crime e a Justiça aguarda a emissão de um laudo de sanidade mental para saber se ele poderá ir à júri ou não. Caso constate-se que ele tem problemas mentais, terá de ser encaminhado para a ala de saúde da penitenciária do Pascoal Ramos, sendo submetido a análises psiquiátricas. Se for comprovado que o cabo sofre de alguma doença mental, o processo segue para o juiz, que deverá abrir vistas ao Ministério Público Estadual (MPE), já que o militar não poderia ser julgado de maneira comum pelo crime.

Sem os laudos dos exames, o processo que corre pela 12ª Vara Criminal está parado. Além dele foram denunciados (acusados formalmente) os soldados Alvino de Alencar Júnior e Maçone Barroso Rodrigues, por homicídio triplamente qualificado, tortura e fraude processual. A dupla responde ao processo em liberdade. Foram eles que denunciaram o assassinato à Corregedoria da PM. Ainda não houve análise da sentença de pronúncia, o que representa que ainda não existe decisão se os três irão a júri popular.

Segundo o relato dos soldados, o cabo Conan atirou no peito de Jaciel com uma espingarda calibre 12, pois queria que a vítima confessasse ser autor de um homicídio praticado na região do Pedra 90 dias antes.

Crime - Conan e o desempregado já tinham se desentendido anteriormente, conforme depoimentos colhidos durante a apuração do crime pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O desempregado foi detido dentro de um bar e a cena foi presenciada por diversos moradores. Ele foi algemado, colocado no porta-malas de uma viatura da PM e levado para uma estrada deserta. Lá, foi baleado à queima-roupa duas vezes. Pouco após o crime, os dois soldados ratificaram em documento a versão apresentada pelo cabo e informaram que haviam sofrido uma emboscada. A morte de Jaciel teria ocorrido em razão de troca de tiros com bandidos. Até hoje a Polícia Civil não esclareceu o porquê do assassinato de Jaciel. Conan, todas as vezes que prestou depoimento e à imprensa, nega a autoria do crime argumentando ser vítima de uma armação.




Fonte: A Gazeta

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