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Repórter News - reporternews.com.br
Politica Brasil
Sexta - 09 de Fevereiro de 2007 às 13:43

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O governador Blairo Maggi, do PR, disse nesta manhã, em Sinop, que o embate envolvendo deputados estaduais e o presidente da MT Fomento, a agência de crédito do governo estadual, Éder de Moraes, é uma “questão política municipal” e que ele não vai se manifestar sobre o caso. Parlamentares suspeitam de operações realizadas na agência.

Já o presidente da Assembléia Legislativa, Sérgio Ricardo, do PPS, disse que vai convidar Moraes a comparecer na AL nos próximos dez dias e, em caso de recusa, irá convocá-lo, isto é, recorreria a um instrumento que forçaria o presidente da MT Fomento a prestar contas no parlamento estadual.

Maggi e Sérgio Ricardo participam do seminário “dificuldades, desafios, soluções”, evento que reúne em Sinop ao menos 30 prefeitos, 13 deputados estaduais e ainda todo o secretariado do governo.

Na sessão de quinta-feira (9), o deputado estadual Walter Rabelo, do PMDB, apresentou um requerimento, onde solicita a relação de todas as empresas beneficiadas com linhas de crédito da MT Fomento.

O discurso do deputado Percival Muniz, do PPS, ontem, foi o que mais suspeitas levantou sobre a MT Fomento. Ele disse que o órgão fez empréstimos aos mototaxistas de Rondonópolis e que a operação atendeu o desejo da categoria, que usou o recurso na compra de uma frota nova de motocicletas.

Ocorre que, segundo Percival, os favorecidos pegariam o dinheiro desde que a marca do veículo adquirido fosse Yamaha. “E tinha mototaxistas querendo comprar motos do modelo Honda. Porque essa obrigação?"

No caso, Muniz suspeita que possa haver uma combinação fraudulenta envolvendo a MT Fomento e a revendedora de motocicletas.

Maggi disse a reportagem do Midianews, que acompanha o evento em Sinop, que não falaria de política e que aquilo (o embate) era apenas uma questão de “política municipal. E agora não quero falar de política”, respondeu.

Visão diferente

“Palavra de deputados tem de ser respeitada. Deputado não vai para a tribuna discutir assunto sem importância. Nosso papel é fiscalizar. Se há qualquer dúvida sobre o andamento de qualquer secretaria do governo, a Assembléia vai cumprir o seu papel”, disse o presidente da AL, Sérgio Ricardo. Ele calcula que “no máximo” em dez dias Eder de Moraes deva ir ao parlamentar expor suas justificativas.

O deputado achou grave a denúncia dita no discurso de Percival Muniz. “Temos sim de ver isso, não pode ficar assim”, afirmou. O deputado Humberto Bosaipo, do PFL, citou também uma suposta irregularidade na gestão de Éder de Moraes. Ele disse que “ficou sabendo” que uma empresa de grande porte teria captado R$ 400 mil da MT Fomento. “Ora, a agência de crédito do governo foi criada para atender às micros e pequenas empresas”.

Já o primeiro-secretário da Assembléia Legislativa, José Riva, do PP, foi cauteloso quanto às denúncias disparadas contra a MT Fomento. “O Eder de Moraes é um baita profissional. Eu acho que os deputados questionam apenas a superexposição dele”, amenizou Riva.

Éder de Moraes estreiou nesta semana um programa de tevê chamado “Fomento em Foco”. O deputado Walter Rabelo, também apresentador, disse que produzir um programa na televisão é caro demais e que gostaria de saber de onde tem saído o recurso para bancar a estada de Moraes na mídia. Moraes se diz pré-candidato à prefeitura de Cuiabá.

O deputado Riva não crê na criação de uma CPI para apurar as supostas irregularidades apontadas pelos parlamentares. “Acho que não teria sentido isso, não tenho duvida quanto à transparência na administração da MT Fomento. O que questiono é o modo como é distribuído os créditos da agência. A MT Fomento é instrumento de correção das desigualdades regionais. E o que acontece é que as regiões ricas é que tem sido beneficiada”.

Éder de Moraes é um dos poucos integrantes do primeiro escalão do governo que não participa do evento. Até hoje de manhã, ele não havia se manifestado quanto aos questionamentos dos parlamentares.





Fonte: Midia News

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