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PT retoma disputa interna no segundo mandato de Lula
Encerrada ontem em São Roque (60 km de São Paulo), a reunião do Campo Majoritário do PT acentuou a divisão interna da sigla e evidenciou a pouca disposição de seus integrantes de alterar rumos do partido e discutir em profundidade as últimas crises. Além disso, ficou nítido o apoio do grupo ao projeto de anistia do ex-ministro José Dirceu, cassado em 2005.
Em um debate fechado, o presidente do PT-SP, Paulo Frateschi, vocalizou o sentimento de paulistas que se consideram fortalecidos com a eleição de Arlindo Chingaglia à presidência da Câmara. Havia cerca de 200 pessoas no evento.
A Folha apurou que, em tom de "desabafo", Frateschi reclamou de "preconceito" contra os "paulistas".
Foi um recado ao ministro Tarso Genro (Relações Institucionais), articulador de um movimento pela "refundação do PT" e que, em conjunto com um grupo de petistas, produziu documento à militância sobre os rumos do partido, com críticas que atingem o Campo Majoritário.
"O PT viveu uma crise de corrupção programática e ética, não apenas conjuntural e não apenas decorrente de desvios comportamentais ou de pequenos abusos de poder e de confiança. (...) A superação dessa crise (...) exige revolucionar a estrutura de organização partidária", diz um dos trechos da mensagem de Tarso.
Os paulistas Dirceu, Ricardo Berzoni, presidente do PT, o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha, envolvidos em escândalos recentes, foram artífices da candidatura de Chinaglia.
Tarso tem buscado apoios contra os paulistas nos governadores Jaques Wagner (BA), Marcelo Déda (SE) e no prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel. Nenhum deles foi ao evento em São Roque.
Mesmo concordando com algumas das teses de Tarso, Pimentel decidiu não assinar o documento. "Pode parecer que há disputa no PT. Tem que haver autocrítica severa no PT, mas é preciso reconhecer que tomamos medidas na crise, inclusive expulsões", disse.
O pronunciamento de Frateschi causou constrangimento entre os presentes, como o assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia.
"Essa questão de paulistização do PT é uma grande bobagem. Somos um partido nacional", disse Garcia, minimizando o mal-estar. Segundo ele, Chinaglia poderia ser de qualquer Estado. Garcia disse ainda que a disputa com Tarso "é factóide da imprensa".
O texto final do encontro, a ser concluído nesta semana, não prega grandes mudanças. Diz que é preciso aprofundar discussões para o 3º Congresso do PT, em julho, além de defender o governo Lula.
A exceção ficou por conta do texto do grupo do qual fazem parte Rui Falcão, deputado estadual, e Cândido Vaccarezza, federal. Eles não se alinham a Tarso, mas pedem reformulação na "direção do Campo".
Sobre a anistia de Dirceu, o projeto passou a ser defendido por Garcia, Berzoini e Ideli Salvatti, líder do PT no Senado. Eles ressaltaram que a bandeira ainda não é do PT, mas pode vir a ser. "Do ponto de vista estatutário, é só questão de apresentar a proposta para a discussão", disse Berzoini.
Em um debate fechado, o presidente do PT-SP, Paulo Frateschi, vocalizou o sentimento de paulistas que se consideram fortalecidos com a eleição de Arlindo Chingaglia à presidência da Câmara. Havia cerca de 200 pessoas no evento.
A Folha apurou que, em tom de "desabafo", Frateschi reclamou de "preconceito" contra os "paulistas".
Foi um recado ao ministro Tarso Genro (Relações Institucionais), articulador de um movimento pela "refundação do PT" e que, em conjunto com um grupo de petistas, produziu documento à militância sobre os rumos do partido, com críticas que atingem o Campo Majoritário.
"O PT viveu uma crise de corrupção programática e ética, não apenas conjuntural e não apenas decorrente de desvios comportamentais ou de pequenos abusos de poder e de confiança. (...) A superação dessa crise (...) exige revolucionar a estrutura de organização partidária", diz um dos trechos da mensagem de Tarso.
Os paulistas Dirceu, Ricardo Berzoni, presidente do PT, o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha, envolvidos em escândalos recentes, foram artífices da candidatura de Chinaglia.
Tarso tem buscado apoios contra os paulistas nos governadores Jaques Wagner (BA), Marcelo Déda (SE) e no prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel. Nenhum deles foi ao evento em São Roque.
Mesmo concordando com algumas das teses de Tarso, Pimentel decidiu não assinar o documento. "Pode parecer que há disputa no PT. Tem que haver autocrítica severa no PT, mas é preciso reconhecer que tomamos medidas na crise, inclusive expulsões", disse.
O pronunciamento de Frateschi causou constrangimento entre os presentes, como o assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia.
"Essa questão de paulistização do PT é uma grande bobagem. Somos um partido nacional", disse Garcia, minimizando o mal-estar. Segundo ele, Chinaglia poderia ser de qualquer Estado. Garcia disse ainda que a disputa com Tarso "é factóide da imprensa".
O texto final do encontro, a ser concluído nesta semana, não prega grandes mudanças. Diz que é preciso aprofundar discussões para o 3º Congresso do PT, em julho, além de defender o governo Lula.
A exceção ficou por conta do texto do grupo do qual fazem parte Rui Falcão, deputado estadual, e Cândido Vaccarezza, federal. Eles não se alinham a Tarso, mas pedem reformulação na "direção do Campo".
Sobre a anistia de Dirceu, o projeto passou a ser defendido por Garcia, Berzoini e Ideli Salvatti, líder do PT no Senado. Eles ressaltaram que a bandeira ainda não é do PT, mas pode vir a ser. "Do ponto de vista estatutário, é só questão de apresentar a proposta para a discussão", disse Berzoini.
Fonte:
AE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/244006/visualizar/
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