Presidente do Detran pretende "abrir mão" do cargo em março

O presidente do Detran, Moisés Sachetti, disse ontem que pretende deixar o órgão em março e a sua intenção não é ocupar um novo cargo no governo. "Eu pretendo ficar dois meses cuidando dos meus negócios", informou, acrescentando que ainda não discutiu com o governador Blairo Maggi a sua situação.

"Espero conversar sobre o assunto nos próximos dias com o governador e mostrar que o meu desejo é sair do Detran em março, tirar férias e arrumar a minha vida, que está um tanto descontrolada", enfatizou. Moisés Sachetti observou que, após as eleições de outubro, a sua intenção era assumir a Secretaria de Desenvolvimento do Turismo (Sedtur).

Ele, no entanto, permaneceu comandando o Detran e agora é cogitado para assumir a Secretaria de Educação (Seduc), caso o secretário Luiz Antônio Pagot assuma a direção geral do Departamento Nacional de Infra-estrutura Terrestre (Dnit), ou ainda a presidência nacional da Conab.

"Se depender de mim, não vou assumir cargos depois que deixar o Detran", assegurou. Moisés Sachetti confirmou que manteve, na semana passada, conversação com Luiz Antônio Pagot, principal articulador político do governo, mas que não discutiu cargos com ele. "Nós tratamos de política, sobre o Partido da República (PR), e questões administrativas", ponderou, garantindo que "não discutimos sobre o possível substituto dele na Seduc".

Sachetti descartou qualquer possibilidade de continuar dirigindo o Departamento de Trânsito do Estado, alegando que o seu período no órgão está no final, já comandou o órgão desde o início do primeiro governo Maggi. "Não me vejo mais presidente do Detran", salientou. "Saio em março".

A sua saída vai abrir uma disputa pelo comando do Detran, que é cobiçado por todos os partidos. A tendência, porém, é de Blairo Maggi fazer, novamente, uma opção técnica, colocando na direção uma pessoa da sua confiança.

O argumento é simples: a indicação política nos governos passados fazia com que o órgão fosse deficitário. Já na sua administração, sob comando de Sachetti, o Detran apresentou superávit e foi o responsável pela compra da maioria dos veículos para a Polícia Militar.