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Politica Brasil
Segunda - 05 de Fevereiro de 2007 às 04:15

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Está tudo 'amarrado' nos bastidores: em maio, salvo algum percalço, o deputado de quinto mandato Humberto Bosaipo (PFL) será indicado pela Assembléia Legislativa para o cargo vitalício de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Vai ocupar a cadeira de Ary Leite de Campos. Por coincidência, em maio Ary completa 21 anos no TCE.

Enfrentando problemas de saúde, ele reuniu sua família na semana passada para discutir a idéia de se aposentar. Todos foram unânimes em defender, de fato, que opte mesmo pela inatividade. Observaram que o conselheiro deveria cuidar mais da saúde. Ele vive realizando constantes exames em São Paulo, o que o obriga a apresentar vários atestados médicos por ano por causa dos afastamentos do Pleno.

Primo dos irmãos e ex-governadores Júlio e Jaime Campos, Ary Leite está no TCE desde maio de 86. Antes, foi prefeito de Várzea Grande (69) e deputado estadual por três legislaturas (74 a 82). A intenção de Ary seria postergar sua aposentadoria compulsória para maio do próximo ano e, assim, 'emplacar' na vaga vitalícia o próprio filho, o deputado estadual Campos Neto (PP). Ambos levaram esse assunto ao governador Blairo Maggi, que não foi receptivo. Maggi ponderou que não teria como assinar o ato de nomeação de Neto porque a transferência do cargo de pai para filho 'não pegaria bem diante da sociedade' e que iria 'gerar muito desgaste'. Diante disso, Campos Neto concordou em adiar o sonho de virar conselheiro com menos de 35 anos de idade. Agora, a cadeira já está articulada para Bosaipo.

Ex-presidente da Assembléia por duas vezes, Bosaipo votou e fez campanha pela eleição da chapa de Sérgio Ricardo após este ter assumido o compromisso de endossar a sua indicação para o TCE. Combinaram de manter o acordão em sigilo. Mas, durante a solenidade de posse na última quinta, 1º de fevereiro, alguns parlamentares já chamavam Bosaipo de 'conselheiro'. Contra o deputado,que possui foro privilegiado, há vários processos sobre supostos atos de improbidade administrativa.

A estratégia tanto de Ary quanto de Bosaipo de não assumirem o acordo publicamente é a mesma utilizada pelo então deputado Alencar Soares no ano passado. Ele costurou sua nomeação à cadeira de conselheiro primeiro com Branco de Barros e, em seguida, com a Mesa Diretora da Assembléia. Por fim, pediu respaldo do governador. Atuou discretamente. O caso só veio à tona às vésperas do conselheiro Branco ingressar com pedido de aposentadoria.

Privilégios

O TCE tem no Pleno 7 conselheiros, com salários e privilégios de desembargadores do TJ. Ganham cerca de R$ 22 mil mensais. Eles têm como principal missão exercer o controle externo, por meio da fiscalização da gestão dos recursos do Estado e dos municípios. O Tribunal, que recebe duodécimo anual de R$ 102 milhões, fiscaliza algo em torno de R$ 10 bilhões.

Hoje, o Pleno é composto por José Carlos Novelli, Júlio Campos, Valter Albano, Antonio Joaquim, Ary Leite de Campos, Ubiratan Spinelli e Alencar Soares. A cadeira é vitalícia.




Fonte: RD News

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