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Meio Ambiente
Segunda - 05 de Fevereiro de 2007 às 04:10

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A poluição do ar provoca um aumento do risco de doenças cardiovasculares, disse um estudo de uma equipe da Universidade de Washington, nos Estados Unidos.

Os pesquisadores estudaram 66 mil mulheres em 36 cidades americanas, e constataram que os níveis de poluição variavam entre 4 e quase 20 microgramas por metro cúbico.

Segundo a equipe, um aumento de 10 microgramas coincidiu com uma elevação de 76% nas chances de morte por doenças cardíacas ou derrame.

Não ficou esclarecido se as mulheres são mais suscetíveis à poluição do que os homens, disseram os cientistas em artigo no New England Journal of Medicine.

As artérias coronárias das mulheres são menores, o que pode deixá-las mais vulneráveis à poluição atmosférica.

Para mulheres que vivem nas cidades o risco em comparação às que vivem no campo é mais do dobro, aumentando 128%, com cada salto nos níveis de poluição.

Todos os participantes da pesquisa tinham entre 50 e 79 anos e integravam a Iniciativa para a Saúde das Mulheres - uma grande investigação nos Estados Unidos sobre as causas de doenças cardíacas nas mulheres.

Nenhuma das mulheres tinha inicialmente qualquer sinal de doença cardíaca. Elas tiveram a saúde monitorada por até nove anos para se verificar a incidência de ataques cardíacos ou derrames, pontes de safena ou morte por problemas cardiovasculares.

Os dados recolhidos indicam que 1.816 mulheres apresentaram um ou mais problemas cardiovasculares. Eles foram comparados aos níveis de poluição do ar dem 36 áreas metropolitanas.

Partículas

Os cientistas se concentraram em minúsculas partículas que podem se alojar nos pulmões. Cerca de 30 ou 40 dessas partículas juntas possuem o diâmetro de um fio de cabelo humano.

Normalmente invisíveis, elas podem ser vistas como uma nuvem densa quando expelidas de um escapamento ou chaminé, e são responsáveis pela neblina urbana.

Já se sabia que finas partículas estão associadas a doenças cardíacas, mas estudos anteriores não examinavam os efeitos de poluição atmosférica local em indivíduos previamente saudáveis.

Pesquisadores disseram que os resultados obtidos sugerem que partículas desse tipo são muito mais danosas para mulheres mais velhas do que se acreditava.

O chefe da pesquisa, Joel Kaufman, da Universidade de Washington, em Seattle, disse: "Estas partículas de fuligem, que são tipicamente criadas por combustíveis fósseis em veículos e usinas de energia, podem conter uma mistura complexa de substâncias químicas."

"As minúsculas partículas, e os gases poluentes transportados com elas têm efeitos danosos quando inaladas."

Os pesquisadores disseram que não está claro como partículas finas de fuligem podem provocar doenças cardíacas, mas suspeita-se que elas acelerem o endurecimento de artérias.

Kaufman acrescentou: "Prevenir estes efeitos exige a redução da poluição na fonte."

Jeremy Pearson, da Fundação Britânica do Coração, disse que o estudo sugeriu um risco "maior do que se acreditava anteriormente".

"Isto aumenta as crescentes evidências de que a poluição do ar deveria ser levada a sério como um fator de risco para doenças cardiovasculares."

"Quando poluição atmosférica em dado local é especialmente alta, as pessoas com doenças pulmonares e coronárias crônicas deveriam evitar ficar ao ar livre por longos períodos."




Fonte: BBC Brasil

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