<b>Cuiabá: Manifestantes vão entrar na justiça contra agressão de policiais</b>

O advogado do Comitê de Luta pelo Transporte Público (CLTP), Vilson Neri, disse hoje que vai entrar com uma representação no Ministério Público Estadual (MPE) por abuso de autoridade contra os policiais que agrediram manifestantes, pela manhã, na avenida Fernando Correia sobre a ponte do Rio Coxipó.

Os militantes do CLTP, juntamente com alunos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), moradores do Jardim Vitória e Residencial Sucuri e representantes da Central Única das Favelas (Cufa) pararam o trânsito do local em protesto ao reajuste da passagem de ônibus de R$1,85 para R$2,05.

Por volta das 11h, houve um enfrentamento entre os policiais e os manifestantes, que utilizavam faixas e cartazes com mensagens contra o reajuste proposto pela Prefeitura de Cuiabá.

No total, 12 pessoas foram presas e encaminhadas à Delegacia Metropolitana de Cuiabá para prestarem depoimentos. Entre elas, estavam o presidente municipal do PT, Jairo Rocha e o jornalista Gibran Lachowiski. Cinco pessoas tiveram lesões corporais.

"Os policiais chegaram bem no começo do protesto. Bateram e jogaram spray de pimenta. Meus olhos e nariz estão ardendo e muita gente ficou ferida", disse a estudante de Direito Michele Figueiredo Cunha.

Segundo o advogado Vilson Neri, o depoimento das vítimas terminou por volta das 15h. “Nós vamos agora entrar com medidas judiciais, entre elas contra abuso de autoridade”, disse.

“É preciso salientar que os policiais estavam fortemente armados com escopeta, cassetetes e spray de pimenta. Lá nós tínhamos crianças, mães e pais de famílias, não precisava de tanta violência”, afirmou Lachowiski.

Segundo ele, além de pedir o não reajuste da passagem de ônibus, o movimento quer que a prefeitura de Cuiabá cobre dos empresários uma dívida que chega a R$ 138 milhões. “Esse dinheiro tem que ser revertido em investimentos para o transporte. Não precisa aumentar a passagem, é só cobrar o que os empresários devem”.