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Meio Ambiente
Sábado - 27 de Janeiro de 2007 às 17:20

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A organização não-governamental Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) elogiou estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que resultou em dez mapas temáticos da região amazônica. O mapeamento revela o potencial econômico e o avanço desordenado da pecuária, agricultura e mineração sobre o meio ambiente local.

O Mapa Integrado dos Zoneamentos Ecológico-Econômicos dos Estados da Amazônia Legal (ZEE) foi desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente e IBGE vai dar subsídios para o planejamento territorial da região amazônica, uma vez que identifica as áreas com estrutura produtiva definida ou por definir; áreas que precisam ser recuperadas ou reordenadas; áreas onde há manejo florestal ou de proteção ambiental, entre outras.

Apesar do elogo, o GTA - que reúne 602 entidades e está estruturada nos nove Estados da Amazônia Legal defende que não basta apenas definir linhas de mapeamento, mas que é necessário implementar mecanismos concretos que envolvam Estados, municípios e a população nos projetos de desenvolvimento da região.

Para um dos coordenadores do GTA, engenheiro florestal Luiz Augusto Mesquita de Azevedo, a sociedade precisa tomar conhecimento do resultado do mapeamento para que possa interagir e participar ativamente do processo de ordenamento e manejo da região.

"O estudo precisa chegar à população. Precisamos na Amazônia de vários instrumentos, como mais fiscalização e aprofundamento da legislação local, além de mecanismos econômicos que estimulem o uso sustentável das áreas que o mapeamento coloca como de uso intensivo, propondo um manejo diferenciado do modelo atual de conversão da floresta para pastagem ou para plantio de agronegócio", ressalta Mesquita.

Coordenador do Projeto de Fortalecimento da Participação Social no Plano da BR 163 (Profor 163), o engenheiro assinala que o ZEE traz também um estudo detalhando as áreas produtivas e as de proteção ambiental na zona da rodovia, que corta os Estados do Mato Grosso e do Pará.

"O ZEE faz parte do plano de ação para o desenvolvimento sustentável da BR 163. Agora, precisamos, sim, de ações mais efetivas, como cronogramas de execução de projetos, destinações orçamentárias. Não podemos ficar só no estudo. Falta também mais empenho da maioria dos 21 ministérios que compõem o projeto de ação da rodovia", afirma Mesquita.

A BR 163 é rota de escoamento de soja, e a região cortada pela rodovia passa atualmente por um acelerado processo de ocupação e desmatamento. Em junho do ano passado, após aprovar o asfaltamento do restante da estrada, o governo lançou um plano de desenvolvimento sustentável local, que prevê combate à grilagem e ao desmatamento, além da criação de unidades de conservação. A BR 163 foi aberta nos anos 70 como mais uma medida dos militares para integrar a Amazônia à economia nacional.





Fonte: Agência Brasil

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