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Efeito estufa traz nova polêmica: quando começa o perigo?
OSLO - Um relatório preliminar da ONU que prevê uma grande elevação nas temperaturas este século deve aumentar ainda mais o debate sobre se o mundo está ou não diante de um aquecimento global perigoso, disseram especialistas na sexta-feira, 26.
O levantamento, elaborado por 2.500 cientistas e que deve ser divulgado em Paris no dia 2 de fevereiro, deve advertir sobre a ocorrência maior de ondas de calor, enchentes, secas e sobre a elevação do nível do mar, devido à emissão de chamados gases-estufa, principalmente pela queima de combustíveis fósseis, afirmaram fontes científicas.
Líderes do mundo inteiro, incluindo o então presidente dos Estados Unidos, George H. Bush (o pai), assinaram a Convenção Climática da ONU, em 1992, no Rio de Janeiro, com o objetivo de estabilizar as emissões desse tipo de gás em níveis que evitassem "a interferência (humana) perigosa no sistema climático".
Mas o texto não definiu o que queria dizer com "perigosa". "O novo relatório deve aumentar o debate" entre os cientistas e a mídia, disse Jan Corfee-Morlot, que comanda os trabalhos sobre as alterações climáticas na OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico).
"Para os políticos, a questão de o que é perigoso não faz parte formalmente da agenda de negociação, mas está no contexto."
O Painel Intergovernamental da ONU sobre Alterações Climáticas (IPCC) deve prever um aumento de 2º C a 4,5º C até 2100 em relação aos níveis da era pré-industrial, disseram fontes da área.
É uma faixa menor que a do relatório anterior do IPCC, que ia de 1,4º C a 5,8º C. Desde 1900, as temperaturas subiram 0,6º C.
Também haverá boas notícias. O relatório vai revisar para baixo a previsão da elevação do nível do mar. A previsão inicial para este século era de entre 9 cm e 88 cm, e agora será de menos de meio metro.
A União Européia (UE) e muitos grupos ambientais querem que o mundo limite o aumento das temperaturas em 2º C acima dos níveis pré-industriais, alegando que esse aumento já provocaria mudanças perigosas na natureza, como a ocorrência de mais ondas de calor.
"O IPCC não tem como dizer o que é perigoso, porque isso é uma avaliação política," disse Bert Metz, especialista em clima da Agência de Avaliação Ambiental Holandesa. "Mas ele dá os ingredientes aos políticos para que eles tirem conclusões ... como a UE já fez."
Para Corfee-Morlot, talvez seja mais fácil determinar metas de concentração de dióxido de carbono ou de elevação da temperatura que definir marcos de perigo.
Os povos inuit (esquimós), por exemplo, dizem que o degelo do Ártico já é "perigoso" para sua cultura, baseada na caça, mas a Rússia pode se beneficiar de um leve aumento na temperatura, na agricultura e na redução das mortes causadas pelo frio.
Há quem ache que o risco está sendo alvo de exagero. "Não acho que o IPCC vá refletir o senso de catástrofe que se acumulou no debate sobre a alteração climática", disse Bjorn Lomborg, especialista da Dinamarca.
Segundo o Protocolo de Kyoto, o plano da ONU para conter o aquecimento global, 35 países industriais concordaram em cortar as emissões até 2008-12, limitando-as a 5% abaixo dos níveis de 1990.
O presidente George W. Bush retirou os EUA do protocolo, dizendo que ele prejudicaria a economia americana e é injusto, por não incluir, em sua primeira fase, obrigações para as nações em desenvolvimento.
O levantamento, elaborado por 2.500 cientistas e que deve ser divulgado em Paris no dia 2 de fevereiro, deve advertir sobre a ocorrência maior de ondas de calor, enchentes, secas e sobre a elevação do nível do mar, devido à emissão de chamados gases-estufa, principalmente pela queima de combustíveis fósseis, afirmaram fontes científicas.
Líderes do mundo inteiro, incluindo o então presidente dos Estados Unidos, George H. Bush (o pai), assinaram a Convenção Climática da ONU, em 1992, no Rio de Janeiro, com o objetivo de estabilizar as emissões desse tipo de gás em níveis que evitassem "a interferência (humana) perigosa no sistema climático".
Mas o texto não definiu o que queria dizer com "perigosa". "O novo relatório deve aumentar o debate" entre os cientistas e a mídia, disse Jan Corfee-Morlot, que comanda os trabalhos sobre as alterações climáticas na OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico).
"Para os políticos, a questão de o que é perigoso não faz parte formalmente da agenda de negociação, mas está no contexto."
O Painel Intergovernamental da ONU sobre Alterações Climáticas (IPCC) deve prever um aumento de 2º C a 4,5º C até 2100 em relação aos níveis da era pré-industrial, disseram fontes da área.
É uma faixa menor que a do relatório anterior do IPCC, que ia de 1,4º C a 5,8º C. Desde 1900, as temperaturas subiram 0,6º C.
Também haverá boas notícias. O relatório vai revisar para baixo a previsão da elevação do nível do mar. A previsão inicial para este século era de entre 9 cm e 88 cm, e agora será de menos de meio metro.
A União Européia (UE) e muitos grupos ambientais querem que o mundo limite o aumento das temperaturas em 2º C acima dos níveis pré-industriais, alegando que esse aumento já provocaria mudanças perigosas na natureza, como a ocorrência de mais ondas de calor.
"O IPCC não tem como dizer o que é perigoso, porque isso é uma avaliação política," disse Bert Metz, especialista em clima da Agência de Avaliação Ambiental Holandesa. "Mas ele dá os ingredientes aos políticos para que eles tirem conclusões ... como a UE já fez."
Para Corfee-Morlot, talvez seja mais fácil determinar metas de concentração de dióxido de carbono ou de elevação da temperatura que definir marcos de perigo.
Os povos inuit (esquimós), por exemplo, dizem que o degelo do Ártico já é "perigoso" para sua cultura, baseada na caça, mas a Rússia pode se beneficiar de um leve aumento na temperatura, na agricultura e na redução das mortes causadas pelo frio.
Há quem ache que o risco está sendo alvo de exagero. "Não acho que o IPCC vá refletir o senso de catástrofe que se acumulou no debate sobre a alteração climática", disse Bjorn Lomborg, especialista da Dinamarca.
Segundo o Protocolo de Kyoto, o plano da ONU para conter o aquecimento global, 35 países industriais concordaram em cortar as emissões até 2008-12, limitando-as a 5% abaixo dos níveis de 1990.
O presidente George W. Bush retirou os EUA do protocolo, dizendo que ele prejudicaria a economia americana e é injusto, por não incluir, em sua primeira fase, obrigações para as nações em desenvolvimento.
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/245502/visualizar/
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