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Politica Brasil
Sexta - 19 de Janeiro de 2007 às 08:37

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Quando o ex-governador Dante de Oliveira se desfiliou do PDT em 1997 provocou um efeito cascata com a decisão. Levou para o PSDB um grande número de líderes políticos, principalmente na esfera municipal. A sigla perdeu cerca de 60% dos diretórios e o número de prefeitos do PDT foi reduzido a praticamente “zero”.

O impacto da adesão ao novo partido causou também mudanças na representação do PDT na Assembléia Legislativa -- de oito deputados estaduais restaram apenas dois parlamentares na legenda: Zilda Pereira Leite e Túlio Fontes. Na Câmara Federal o efeito também foi negativo para o partido. Os três representantes do PDT aderiram ao PSDB, acompanhando a decisão de Dante de Oliveira.

“Ele (Dante) levou prefeitos, vereadores e líderes, praticamente dizimou o partido”, analisou o presidente do diretório regional do PDT, Mário Márcio Torres. De acordo com o dirigente, os líderes mais “visíveis” não titubearam em aderir ao PSDB.

Mário Márcio, na época secretário de Estado de Interior, entregou o cargo. “Deixei o governo pela minha cultura partidária. Não sigo a cabeça de ninguém. As pessoas são passageiras, os partidos não”, reiterou.

A saída de Dante do PDT, explicou, já estava prevista pelo líder nacional da legenda, Leonel Brizola. O apoio de Dante de Oliveira através de articulação no Congresso Federal, para o alongamento do mandato do presidente da República José Sarney (PMDB), teria segundo Torres, provocado a ira de Brizola.

“O Brizola iria expulsá-lo do PDT. Nos anais do PDT o Dante estava praticamente expulso do partido. Como ele (Dante) soube disso, se adiantou solicitando a desfiliação da legenda”, contou.

Apesar das conseqüências por conta da revoada de desfiliações, o PDT conseguiu reagir. Segundo Mário Márcio, a história do partido, com 27 anos de luta, foi o alicerce para arregimentar forças e se sobressair à queda no Estado. “Hoje temos cerca de 40 mil filiados. O PDT está de pé e vai continuar crescendo porque a ideologia do partido é mais forte”, ressaltou.

Torres avaliou a adesão do governador Blairo Maggi ao Partido da República (PR). Na opinião do dirigente, o chefe do Executivo estadual deveria permanecer no PPS. “Acho que ele estava numa legenda boa, não entendo a razão para se transferir de partido”. Mário Márcio criticou também a opção de partido preferida por Maggi.

Na avaliação do dirigente, o PR não caminha na mesma linha ideológica do PPS. “Não adianta dizer que o governador tem que estar próximo do presidente da República. Se fosse assim, estaríamos vivendo uma ditadura. Existe uma forma democrática para manter esse bom relacionamento sem ter que seguir rumos partidários que vão contra questões ideológicas”, enfatizou. (SF)




Fonte: Diário de Cuiabá

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