Irmã de Percival ataca desfiliações e menciona "oportunismo e pressão"

Deslealdade, oportunismo e perseguição. Essas foram algumas palavras utilizadas pela empresária Ádria Muniz para avaliar a saída em massa de lideranças e filiados do PPS em Rondonópolis . Ádria, que é irmã do ex-prefeito e deputado estadual Percival Muniz, é tesoureira do diretório municipal e deve assumir interinamente o comando institucional da legenda – já que, além do vereador Aristóteles Cadidé, será a única integrante da diretoria executiva a permanecer no partido.

A empresária considera que o governador Blairo Maggi agiu corretamente ao deixar a legenda, mas não poupa as lideranças municipais que decidiram seguir o mesmo caminho. “O caso do governador se explica por causa da aproximação com Lula, mas a nível municipal é puro oportunismo. Estão saindo apenas pelo projeto de manterem-se no poder”, acredita.

Ádria avalia que a legenda tem bom conceito no plano nacional e consistência eleitoral no município, onde elegeu os dois últimos prefeitos e teve votação expressiva nos pleitos estaduais. Segundo a empresária, o partido sempre apoiou a gestão de Sachetti e, também por isso, não haveria razão para que o grupo do prefeito deixasse a legenda.

Além de criticar a decisão, Ádria Muniz também contesta a forma como o processo estaria sendo conduzido. Sem citar nomes, ela garante ter recebido ligações de várias pessoas que ocupam cargos públicos na Prefeitura dizendo que foram pressionadas a deixar o PPS.

“Muitos estão saindo à força, porque precisam do emprego e temem perdê-lo. Isso é errado, é deslealdade. Se o prefeito quer sair do partido tudo bem, mas precisa vir a público e dizer claramente que ninguém perderá o cargo se não sair junto”, defende.

Apesar das críticas, Ádria Muniz disse que não guarda mágoas e deseja sorte aos antigos companheiros. Ela acredita que o PPS continuará dando apoio à gestão de Adilton Sachetti, mas prevê uma mudança no perfil do partido- que se tornaria mais popular e crítico.

“Vamos ficar mais livres para receber novas lideranças e aprofundar os laços com os movimentos comunitário e sindical, por exemplo. Continuaremos apoiando os governos que ajudamos a eleger, mas saberemos discordar quando isso for necessário”, antecipa.

Alegando que não recebeu informações oficiais sobre a saída dos membros da diretoria, Ádria disse que aguardará o ato de desfiliação marcado para hoje antes de iniciar os entendimentos visando o preenchimento dos cargos vagos e a discussão acerca do posicionamento político do PPS daqui para frente..

O assunto deverá ser discutido numa reunião do diretório municipal na semana que vem, mas dois nomes já são aventados. O patrulheiro da PRF e candidato derrotado a deputado federal, José Medeiros, poderá ocupar a presidência da legenda. Já o advogado Dailson Nunei, ex-vereador e ex-presidente do Sispmur, pode ser convidado para assumir a secretaria geral do partido. Os dois também são considerados ligados ao deputado estadual Percival Muniz.