Governo aumenta cota de exibição de filmes nacionais nos cinemas

Mudança na política de cotas para exibição de filmes nacionais nos cinemas. Nos complexos com até quatro salas, a obrigatoriedade no número de dias de exibição diminuiu. Para compensar, houve aumento na cota para cinemas com nove salas ou mais.

As produções nacionais dividem espaço nos anúncios dos filmes que vão estrear. Para garantir ainda mais a exibição de filmes brasileiros, um decreto presidencial, determina que todas as salas devem exibir as produções nacionais. Para os produtores de cinema, a medida é positiva.

"É a possibilidade de estar renovando esse público do cinema nacional, tentando tomar, entre aspas, um pouco do público de filmes americanos", disse o produtor Leonardo Sant`Ana.

Embora o decreto presidencial tenha aumentado a cota de tela para o cinema nacional, para as empresas que possuem apenas uma sala, o número de exibições diminuiu, e é justamento nesses locais que o cinema brasileiro tinha maior participação. Para o diretor da Associação dos Diretores de Cinema de Mato Grosso, a cota de tela é interessante, mas só ela não basta. "Nós temos salas de cinema, principalmente nas capitais. Menos de 7% dos municípios brasileiros tem uma sala de cinema. Os filmes que são feitos no Brasil não são vistos pela população brasileira, sendo que na sua grande maioria são subsidiados pelo dinheiro público", disse José Paulo Traven.

Para as empresas de cinema a medida não interfere muito. A gerente de um dos cinemas da capital disse que o público gosta de filmes nacionais, mas exige qualidade. "Teve filme que a gente teve bastante procura devido a qualidade e a divulgação. As pessoas gostam e falam, e os outros vêm mesmo. Quando o filme é de boa qualidade é bem procurado sim", disse Karinne Campos.

De acordo com dados do IBGE, 130 cidades de Mato Grosso não têm cinema. Em dez municípios, há apenas uma sala para exibição de filmes.