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Cultura
Quinta - 11 de Janeiro de 2007 às 06:32
Por: Ivan Richard

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Obras de Cândido Portinari, um dos mais importantes pintores brasileiros, poderão ser levadas a alunos de toda a rede pública de ensino do país. A idéia de distribuir o catálogo Raisonné, que reúne todas as obras de Portinari, nas escolas e bibliotecas públicas brasileiras começou a ser desenhada na última terça-feira (09), em Brasília, durante encontro entre o ministro da Educação, Fernando Haddad, e o professor da Universidade Católica do Rio de Janeiro João Cândido Portinari, filho do pintor.

De acordo com o professor, as obras de Portinari representam um grande retrato do Brasil sob os todos os aspectos - social, histórico e religioso - e sempre mostram o trabalho no campo e na cidade. O catálogo é resultado de uma pesquisa que durou 28 anos e resultou em cinco mil obras e 30 mil documentos que foram reunidos numa coleção de cinco volumes e um CD-Rom.

"Temos 12 mil recortes de periódicos, nove mil cartas que foram trocadas entre Portinari e seus contemporâneos e 1.200 fotografias de época. Um trabalho minucioso, rigoroso, sistemático, que resultou na publicação do catálogo Raisonné", explicou o professor. Segundo ele, Raisonné significa a obra completa de um artista catalogada em ordem cronológica e com todas as informações sobre cada obra, como citações em jornais e revistas, por exemplo. O catálogo, acrescentou, é o único da América Latina.

"Procurei o ministro com a idéia de que o catálogo não deveria se restringir a uma elite econômica. É claro que, sendo cinco volumes, com cinco mil ilustrações a cores, ele é um produto caro de se comprar nas livrarias e, paradoxalmente, restrito a uma minoria de pessoas que podem compra-lo", argumentou. Nas livrarias o catálogo custa R$ 2 mil.

Segundo estimativas do professor, se forem produzidos 50 mil exemplares, o custo do catálogo cairia para R$ 150 a unidade. "Com esse número de exemplares, 35 milhões de alunos poderiam ser beneficiados", avaliou.

Para João Cândido Portinari, o acesso dos alunos às obras de Portinari estimularia o sentimento afetivo das crianças em relação ao país. "Sabemos que a criança tem uma percepção extraordinária daquilo que ela vê. Então, colocar essas cinco mil obras e a história de vida de Portinari, que foi uma criança pobre e chegou a ilustrar com um dos seus murais a sede da Organização das Nações Unidas (ONU), é uma idéia absolutamente revolucionária, que aponta para o Brasil que sonhamos, em que as crianças tomam posse da sua realidade e do conhecimento do seu país e da sua história".




Fonte: Abr

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