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Nacional
Sábado - 30 de Dezembro de 2006 às 20:39

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A onda de violência no Rio de Janeiro, que começou com ataques na quinta-feira, deixou mais seis mortos hoje, elevando para 25 o número de vítimas nos atentados contra delegacias e ônibus.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, cinco supostos criminosos foram mortos pela Polícia na madrugada de hoje, e um agente foi assassinado durante um ataque.

Também morreu hoje um dos feridos no atentado contra o ônibus da viação Itapemirim, que levava passageiros do Espírito Santo para São Paulo. No ataque, que ocorreu na quinta-feira, criminosos incendiaram o veículo, matando sete pessoas e deixando outras onze gravemente feridas.

Ainda na madrugada de hoje, foram registrados vários tiroteios em bairros ocupados pela Polícia desde que começaram os ataques. Sete pessoas ficaram feridas.

Em outros incidentes ocorridos durante a noite, homens não-identificados atiraram contra quatro delegacias e um centro comercial, mas ninguém ficou ferido.

Em outra ocorrência, dez homens encapuzados assaltaram um posto policial e fugiram com armas roubadas.

As autoridades atribuíram a onda de violência a grupos de traficantes que controlam grande parte das favelas do Rio de Janeiro.

Os ataques contra policiais e civis preocupam as autoridades, que temem que novos atentados possam ocorrer na noite de domingo, quando milhões de pessoas são esperadas nas praias da cidade para festejar a chegada de 2007.

A Polícia informou que tomará precauções especiais na praia de Copacabana, palco da mais tradicional festa de fim de ano no Rio de Janeiro. Calcula-se que cerca de dois milhões de pessoas devem assistir à queima de fogos amanhã à noite.

Além de Copacabana, também estão programadas festas nas praias de Ipanema, Barra da Tijuca, Flamengo e outras, o que deve levar multidões à orla da cidade.

No entanto, o transporte da população pode ser prejudicado, pois a maioria das empresas de ônibus decidiu não operar à noite, período em que ocorreram os ataques.

Fontes oficiais dizem que os atentados de quinta-feira podem ser resposta não só à intensificação das ações de repressão, mas também à multiplicação das milícias, forças paramilitares formadas por agentes que extorquem a população em troca de "segurança".

Um relatório da Secretaria de Segurança publicado hoje pelo jornal "O Globo" reconhece a existência dessas milícias ilegais, e afirma que os grupos pára-militares preparam um contra-ataque para os próximos dias, o que poderia alimentar ainda mais a violência.

O documento acrescenta que as autoridades iniciaram uma investigação interna para identificar os policiais que integrariam esses grupos.

Segundo as autoridades, essas milícias atuariam há mais de duas décadas em alguns bairros da cidade, como na favela Rio das Pedras, onde estariam desde 1978.

As milícias vêm tomando o lugar dos traficantes em diversas favelas da cidade, nas quais impuseram a chamada "paz dos cemitérios", com assassinatos de supostos criminosos que não eram sequer investigados.

As milícias se expandiram por muitas das quase cem favelas da cidade. Agora, segundo as autoridades, o narcotráfico reagiu, e declarou "guerra" pelo controle desses bairros.

O presidente da Cooperativa de Favelas do Rio de Janeiro, José Nerson, disse hoje que "a guerra é real e é econômica, pois o que está em jogo é o controle dos pontos de vendas de droga".





Fonte: EFE

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