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Politica Brasil
Sábado - 30 de Dezembro de 2006 às 15:33

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Três meses depois de ter se afastado da presidência do PT - sob suspeita de cumplicidade no caso do dossiê dos sanguessugas - o deputado Ricardo Berzoini (SP) anunciou hoje que vai reassumir o comando do partido na próxima terça-feira.

Berzoini disse que já acertou sua volta ao cargo com o presidente interino, Marco Aurélio Garcia, e com dirigentes das diversas correntes petistas. A informação também foi divulgada na página do PT na Internet. "Eu me sinto totalmente à vontade porque as condições que estabeleci para minha licença foram cumpridas", disse Berzoini a jornalistas, depois de acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva numa exposição de fotos da campanha da reeleição.

Berzoini deixou a presidência no dia 6 de outubro, condicionando seu retorno ao resultado das investigações sobre a compra de um dossiê que, supostamente, envolveria tucanos no superfaturameto de ambulâncias do Ministério da Saúde.

Coordenadores e funcionários da campanha de Lula (chefiada então por Berzoini) foram presos com cerca de R$ 1,7 milhão sem origem conhecida. Lula chamou de "aloprados" os aliados que fizeram a operação. A Polícia Federal concluiu inquérito em dezembro e indicou o comitê eleitoral do senador Aluízio Marcadante (PT-SP) (candidato derrotado ao governo de São Paulo) como suspeito de comandar a operação. Mesmo sem ter sido indiciado, Berzoini teve seu retorno contestado por correntes do PT, especialmente a Demoracia Socialista (DS), do ex-prefeito de Porto Alegre Raul Pont.

"Se não houvesse polêmica, não seria o PT", disse Berzoini sobre as resistências que enfrentou. Durante a interinidade de Marco Aurélio Garcia, o PT abriu um debate interno sobre a duração do mandato da atual direção, eleita em outubro de 2005 em plena crise do mensalão, que levara à renúncia o ex-presidente José Genoíno. O próximo congresso do partido, em julho, pode reduzir o mandato de três para dois anos, antecipando eleições internas.

"Não há nenhum óbice, até porque, se mantivermos o calendário original, coincidiria a eleição partidária com a eleição municipal, o que seria muito ruim", disse Berzoini. "É bom antecipar. Em quanto tempo, é uma discussão que estou aberto a fazer".

Câmara Berzoini reassume o PT em meio à disputa na base do governo pela presidência da Câmara. O partido lançou o deputado Arlindo Chinaglia (SP) contra o atual presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), candidato à reeleição. "Quem quiser dividir a base vai se dar mal. Nós vamos trabalhar pela unidade e unidade se constrói com responsabilidade", afirmou Berzoini.

Aldo Rebelo conseguiu o apoio do PFL, além do PSB, PCdoB e PTB. Ele disputa com Chinaglia o apoio do PMDB, que pode definir a eleição. "Não há nenhuma razão para considerar que o nome que deva ser retirado é o do Arlindo", afirmou Berzoini. "Temos um bom diálogo com o PMDB, queremos fortalecer este diálogo e com todos os partidos da base".





Fonte: Reuters

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