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Politica Brasil
Quinta - 28 de Dezembro de 2006 às 19:24

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer formar uma equipe de ministros com característica "dupla" para o segundo governo. Em conversa hoje com jornalistas no Palácio do Planalto, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, contou que Lula não quer subordinado apenas técnico ou apenas político, mas pessoas com conhecimento da área e compromisso público. "O presidente vai fazer questão da característica dupla, de técnicos comprometidos com o País", afirmou.

A ministra elogiou a atuação dos ministros "tampões" no governo - secretários-executivos que assumiram as pastas em épocas de crise e de eleições. "Todos os ministros técnicos se saíram muito bem", avaliou. Dilma citou Paulo Sérgio Passos (Transportes), Nelson Machado (Previdência) e Fernando Haddad (Educação). "Eu não os chamaria de tampões", acrescentou. "Não há ministro de primeira ou segunda categorias."

Dilma lembrou que o presidente deixou claro que não tem pressa em anunciar nomes para os ministérios. A equipe do segundo governo só deverá ser conhecida, segundo ela, no final de janeiro. "A idéia é essa, já temos uma equipe." A ministra minimizou a influência que mantém no governo e chegou a dizer que não sabe se continuará na equipe de Lula.

Questionada se o governo não teria problema em dar a outros partidos pastas que estão nas mãos dos "tampões", como Transportes, Dilma respondeu que as pessoas erram ao conceituar políticos e técnicos. "Todos temos um viés incorreto de tratar o político e o técnico", disse. "Acho que um ministro tem de ter um compromisso político. Isso não é técnico, pois ele é representante de seu povo."

A ministra afirmou que, durante o regime militar brasileiro (1964-1985), técnicos sem "compromisso com o País" assumiram posições importantes de Estado, uma experiência, que segundo ela, não foi boa. "A tecnocracia tem grave apelo em regimes ditatoriais", avaliou. "Não podemos fazer uma leitura simples da tecnocracia."

Na conversa com os jornalistas, Dilma disse ser uma "técnica", mas com uma trajetória política. Segundo a ministra, não basta procurar bons técnicos no mercado para resolver os problemas do País. "Se fosse assim, poderíamos importar um técnico americano ou um da Comunidade Econômica Européia", disse. "O governo quer especialista na área que tenha característica política", reforçou.





Fonte: AE

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