Disputa entre Percival Muniz e Riva tira Ana Carla da Educação

O enfrentamento político envolvendo o deputado estadual eleito Percival Muniz, do PPS, e o deputado estadual (reeleito) José Riva, do PP, é a justificativa única para a saída da secretária Estadual da Educação (Seduc), Ana Carla Muniz, mulher de Percival.

É o que deixou a entender o governador reeleito Blairo Maggi, PPS, em entrevista dada a imprensa local, hoje pela manhã.

Maggi disse que aceitaria a permanência de Ana Carla, mas que “ficaria difícil administrar” a queda-de-braço envolvendo o marido da secretária de Educação e um deputado aliado do governo.

O governador indicou Luiz Pagot, atual chefe da Casa Civil, e tido como o braço forte do governo de Maggi, para substituir Ana Carla. “Isso é certo”, disse ele.

Pagot deve mexer apenas nas questões financeiras da secretaria. Os programas educacionais serão as tarefas de Flávia Nogueira, escolhida por Blairo para conduzir uma espécie de segunda secretaria de Educação, já conhecida como Secretaria de Apoio e Polícia Educacional Extraordinária.

Riva vem disparando ataques à gestão de Ana Carla há pelo menos dois anos. Na última investida, o deputado convenceu a Assembléia Legislativa a aceitar a proposta de criação de uma auditoria para apurar supostas irregularidades que estariam ocorrendo no consumo dos recursos destinados ao setor da Educação.

É a secretaria de Ana Carla quem recebe o maior volume de dinheiro do governo para aplicação no setor. De janeiro a novembro deste ano, à Seduc foram destinados R$ 717,3 milhões.

O governador, no entanto, disse que os ataques sofridos por Ana Carla têm motivações políticas, apenas. Ele disse que o Tribunal de Contas Estadual já analisou as contas da Seduc e nela nada encontrou de errado. “É por isso que acho que as críticas tem a ver com a rixa política”.

Contudo, Maggi disse que vai respeitar a decisão da Assembléia Legislativa, que decidiu pela criação da auditoria e que passa a agir a partir de janeiro. “É um direito deles (deputados), mas acho que não havia a necessidade de isso acontecer”, concluiu Maggi.