Chica Nunes contesta pedido de cassação

"Estou tranquila". A reação foi da deputada eleita Chica Nunes (PSDB), ao assegurar ontem que não está preocupada com a iniciativa do procurador regional eleitoral, Mário Lúcio Avelar, de pedir ao Tribunal Regional Eleitoral a cassação da sua diplomação por abuso do poder econômico e compra de votos. "Quem não tem culpa, não teme", enfatizou.

Chica Nunes disse que esperava que o Ministério Público Estadual representasse contra ela, mas que esse fato não significa ameaça ao seu mandato, conquistado nas urnas. Primeiro, segundo ela, a acusação de compra de voto não procede. "Não conheço as pessoas citadas e nunca estive na localidade em que teria acontecido a suposta compra de votos", destacou. E, segundo, as suas contas foram aprovadas pelo pleno do TRE.

Irônica, Chica afirmou que irá "continuar lendo os jornais para saber o que está acontecendo". Ela observou que, até o momento, não foi notificada da iniciativa do procurador regional eleitoral e que o fato narrado por ele "não traduz a verdade".

A Gazeta tentou ainda falar com os deputados federal Pedro Henry e Eliene Lima, ambos do PP, além dos deputados estaduais José Riva (PP) e Mauro Savi (PPS), mas não conseguiu contato com nenhum deles. Riva, que está no Rio de Janeiro, segundo um assessor, já esperava essa iniciativa do procurador Mário Lúcio Avelar.

"Surpresa seria se ele não entrasse com o pedido de cassação", analisou. Mas, segundo ele, as acusações de abuso de poder econômico e compra de votos não têm consistência, mas que vai apresentar a sua defesa e aguardar a decisão da justiça eleitoral.

A representação do procurador regional eleitoral poderá, no entanto, ser um complicador para o deputado Pedro Henry. Ele teve a sua prestação de contas da campanha rejeitada pelo Tribunal Regional Eleitoral e pretende, em janeiro, entrar com recurso pedindo que a decisão seja reconsiderada.