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Sexta - 22 de Dezembro de 2006 às 07:34

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A Polícia Federal de Mato Grosso vai indiciar o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) e o então tesoureiro da campanha petista ao governo de São Paulo, José Giácomo Baccarin, por envolvimento com a tentativa de compra do dossiê que supostamente comprometeria as campanhas eleitorais de José Serra (governador eleito de São Paulo) e Geraldo Alckmin (ex-candidato à Presidência da República). O delegado Diógenes Curado Filho entregará o relatório final do inquérito à Justiça Federal nesta sexta-feira (22).

Curado Filho vai formalizar a decisão em despacho amanhã. O indiciamento de Mercadante e Baccarin deve ocorrer com base nos artigos 20 e 21 do Código Eleitoral, que responsabilizam o candidato a cargo eletivo pela administração financeira de sua campanha, "usando recursos repassados pelo comitê, inclusive relativos à cota do fundo partidário, recursos próprios ou doações de pessoas físicas ou jurídicas". Conforme o artigo 21, "o candidato é o único responsável pela veracidade das informações financeiras e contábeis de sua campanha".

Para a PF, Mercadante seria beneficiado pela divulgação de informações que supostamente vinculariam tucanos à máfia das ambulâncias, comandada pelos empresários Luiz Antonio Trevisan Vedoin e Darci Vedoin num esquema operado a partir de emendas parlamentares destinadas à venda superfaturada de unidades móveis de saúde e equipamentos hospitalares.

Composto basicamente por fotos e DVD com imagens de tucanos em solenidade de entrega de unidades de saúde, o dossiê – negociado com os Vedoin -- seria vendido por R$ 1,75 milhão a petistas. A PF não conseguiu apurar completamente a origem do dinheiro, apreendido com os emissários petistas Gedimar Passos (advogado) e Valdebran Padilha (empreiteiro e lobista) num hotel em São Paulo (SP) no dia 15 de setembro.

O relatório final deve indicar que parte do montante (R$ 1,168 milhão e US$ 248 mil) saiu de caixa dois do diretório paulista do PT. Já a quantia em dólares, Curado Filho informou que está praticamente comprovado que saiu da casa de câmbio Vicatur, localizada no Rio de Janeiro, por meio de operações realizadas por laranjas.

Em todos os depoimentos prestados à polícia, os petistas silenciaram e negaram participação na tentativa de compra do material antitucano. No relatório, o delegado vai apontar as provas levantadas até agora do envolvimento de Jorge Lorenzetti (ex-coordenador da equipe de inteligência da campanha do presidente Lula à reeleição), Hamilton Lacerda (ex-assessor de Mercadante), Expedito Veloso (ex-diretor do Banco do Brasil), Osvaldo Bargas (integrante da campanha de Lula), além de Passos e Padilha. Ao menos três deles devem ser indiciados.





Fonte: Olhar Direto

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