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Cultura
Sábado - 09 de Dezembro de 2006 às 16:52

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Apesar da capa dura e do formato maior do que o dos guias convencionais, "Rio Bossa Nova" é um livro para se carregar debaixo do braço em andanças pela cidade. Quem diz é seu autor, Ruy Castro, que escreveu a principal história da bossa nova, "Chega de Saudade".

"O livro tem uma seqüência geográfica. A pessoa pode fazer um tour e, naturalmente, ver os endereços. Se a construção original não existir, vale fazer um exercício de imaginação e pensar que Tom, Vinicius, Carlinhos Lyra e Nara Leão viveram e trabalharam naqueles sítios históricos", diz Castro.

Subintitulado "um roteiro lítero-musical", o livro traz em todos os capítulos lugares que foram importantes para a bossa nova --os que ainda existem e os que sumiram. Mas também traz endereços onde ainda se ouve a música que despontou no final dos anos 1950.

"Nunca me conformei com essa insistência em condenar a bossa nova ao passado. Ela está em todos os lugares, dentro e fora do Brasil. No Rio, Marcos Valle, Roberto Menescal e João Donato fazem shows sempre. Podemos ser um pouco menos sentimentais e ver a bossa nova como uma criação cultural, não um item de nostalgia."

Castro ressalta que muitos dos lugares que abrigaram os grandes nomes do jazz não existem mais em Nova York, mas nem por isso dá-se o jazz como morto. Para turistas, um guia como o seu, acredita ele, pode ter um valor semelhante a, por exemplo, o de San Francisco a partir do romance "O Falcão Maltês", de Dashiel Hammet, ou do filme "Um Corpo que Cai", de Hitchcock.

Casa de Jobim

Como os olhos e violões da bossa nova sempre estiveram mais voltados para o mar, o livro dedica só um capítulo à zona norte e dois ao centro do Rio. Já nos seis capítulos que passam pela zona sul, há uma fartura de endereços comerciais que mudaram de função (como as boates de Copacabana) ou residenciais que continuam de pé, ainda que com novos moradores (como a famosa rua Nascimento e Silva, 107, em Ipanema, ex-casa de Jobim).

Um dos atrativos do livro é seu aspecto visual, em que capas de discos e revistas da coleção de Castro se misturam a objetos e imagens do passado e a fotos feitas neste ano por Leandro Pagliaro. "Quis que as fotos do passado e do presente tivessem a mesma qualidade gráfica e o mesmo peso, para mostrar que não houve essa passagem de tempo e que a bossa nova continua forte", diz o escritor.





Fonte: 24HorasNews

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