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Politica Brasil
Quinta - 07 de Dezembro de 2006 às 07:36

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O Conselho de Ética da Câmara aprovou ontem o relatório que pede a absolvição da deputada Celcita Pinheiro (PFL). Por 8 votos a 1, os deputados seguiram o entendimento da deputada Ann Pontes (PMDB/PA), relatora do caso, que considerou não haver provas que liguem a parlamentar à máfia dos sanguessugas, assim como aconteceu com a senadora Serys Slhessarenko na semana passada.

Em entrevista coletiva logo após a votação, Celcita anunciou que pretende concluir seu mandato e depois abandonar a carreira. “Política, nunca mais", disse a deputada, que não foi reeleita em outubro.

O possível envolvimento de Celcita foi mencionado no relatório parcial da CPI dos Sanguessugas. Ela teria recebido dois cheques de R$ 25 mil do empresário Luiz Antônio Vedoin, sócio da Planam e um dos chefes do esquema de fraudes.

De acordo com o empresário, o valor foi repassado como ajuda à campanha eleitoral da parlamentar em 2002. Em caso de vitória nas urnas, o acordo previa em troca a proposição de emendas ao orçamento para a compra de ambulâncias.

Ao apresentar seu parecer, a relatora disse estar segura de que os dois cheques jamais foram apresentados e, por este motivo, nunca chegaram a ser pagos. Segundo ela, a convicção foi reforçada pela quebra do sigilo bancário de Celcita, que não registra o depósito dos documentos.

O único voto contrário ao arquivamento da denúncia partiu do presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT/RJ). Se dizendo convencido da culpa da parlamentar, ele teve de explicar aos outros membros do conselho os critérios para a definição da lista de suspeitos.

Muitas foram as críticas ao relatório à CPI. O deputado Bosco Costa (PSDB-SE), lamentou os procedimentos empregados e disse considerar o relatório “irresponsável”. “Incrimina-se alguém que pode não ter nenhum envolvimento no esquema da ‘máfia das sanguessugas’”, disse à Agência Câmara.

À mesma agência, outros parlamentares estenderam a crítica ao relatório de Ann Pontes. Segundo João Campos (PSDB-GO), o texto não permite que os parlamentares se posicionem com absoluta certeza sobre a questão. Muitas informações e dados relevantes não teriam sido considerados.

Mesmo sem integrar o conselho, a deputada Thelma de Oliveira (PSDB) veio prestar solidariedade à companheira de bancada. À imprensa, ressaltou o impacto negativo das denúncias na campanha à reeleição da parlamentar. “Foi uma injustiça”.





Fonte: Diário de Cuiabá

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