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Nacional
Segunda - 04 de Dezembro de 2006 às 08:13

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O setor siderúrgico nacional registrou crescimento de 62,8% no faturamento líquido desde o início do atual ciclo de forte demanda de aço, segundo estudo da consultoria Economática. "Neste ano, não houve crescimento. Mas o setor estacionou num patamar elevado", diz Fernando Exel, presidente da Economática no Brasil.

A receita das companhias foi de R$ 45,6 bilhões de janeiro a setembro deste ano. O número de 2002, atualizado pelo IPCA, foi de R$ 28 bilhões. Os números mostram que o setor vem ganhando musculatura, mas ainda são insuficientes para fazer das empresas brasileiras potenciais compradoras de ativos.

O levantamento da Economática mostra que a rentabilidade das companhias sobre o valor de mercado as torna potencial alvo de ofertas estrangeiras. Segundo Exel, comparativamente, as siderúrgicas brasileiras têm valor de mercado mais baixo do que as concorrentes americanas.

A relação valor das ações sobre lucro líquido mostra que a rentabilidade por ação de um grupo das 21 maiores siderúrgicas brasileiras é de 12,5%. O cálculo considera o valor total das ações destas empresas e o lucro líquido apurado no período. O valor de mercado deste grupo de siderúrgicas alcança US$ 30,3 bilhões. O lucro líquido resultante foi de US$ 3,8 bilhões, rentabilidade de 12,5% por unidade de ação.

O mesmo cálculo sobre as siderúrgicas americanas revela que a rentabilidade destas é de apenas 7,5%. "Isso significa que o valor das ações indicadas pelo mercado para as companhias americanas é maior do que aquele arbitrado pelo mercado de capitais brasileiro aos papéis das siderúrgicas brasileiras", explica Exel.

Clientes

Os consumidores do aço, entretanto, temem a concentração do setor. "É preciso garantir que não haja abuso", diz Eduardo Zaidan, diretor de Economia do Sinduscon-SP. Compradora de 20% de toda a produção de aço do País, a indústria automobilística é outra que reclama constantemente dos reajustes de preços aplicados pelas siderúrgicas, que só deram trégua a partir de março de 2005, depois que o governo zerou a alíquota de importação de vários tipos do produto.

A medida foi um pedido das próprias montadoras e de outros nove setores que consomem aço. Pelos cálculos do setor, nos últimos quatro anos o preço do aço subiu 137%, enquanto os carros tiveram reajustes de 66%. "(A concentração) é uma preparação para o momento em que a China colocar em funcionamento todas as siderúrgicas", justifica Rogelio Golfarb, presidente da Anfavea.





Fonte: AE

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