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Nacional
Sábado - 02 de Dezembro de 2006 às 18:43

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Comida mastigada e colocada embaixo da cama em sacos plásticos para depois ir ao lixo. Era assim que a manicure Rosana de Oliveira, de 23 anos, tentava esconder da família os sintomas da anorexia. Depois de conviver três anos com a doença e de passar 63 dias internada, a jovem morreu de parada cardíaca, na última segunda-feira (27), em Araçatuba (a 530 km da capital).

Rosana tinha 1,68 m de altura e pesava 40 quilos quando morreu. Nunca quis ser modelo, mas implicava com o próprio rosto, que dizia ser redondo demais. “Antes, ela pesava 53 quilos. Era magrinha, mas saudável. Odiava gordura e odiava o próprio rosto. Achava muito redondo e dizia que estava gorda. Se tocassem no assunto, era a morte para minha filha", diz a mãe, Rosa Maura Marques, de 47 anos.

De acordo com Rosa, foi o filho mais novo, Lucas, de 15 anos, que descobriu os artifícios da manicure, há dois anos e meio. “Ele viu a comida embaixo da cama. A Rosana esperava a gente sair para jogar tudo no lixo”, conta. “Comia um grão de feijão, três de arroz e dizia estar com a barriga cheia”.

Surpresa Para Luiz Cláudio Lima, um dos médicos que atenderam Rosana na Santa Casa de Araçatuba, onde estava internada, a morte da paciente foi uma surpresa. “Ela estava melhorando. Tinha saído do coma e reconhecia a mãe. Fomos pegos de surpresa porque achamos que ela ia sobreviver”, conta ele.

Rosana chegou ao hospital no dia 24 de setembro e, segundo Luiz Cláudio, ficou 20 dias em coma na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Ela veio para cá com o nível de açúcar no sangue muito baixo, estava desmaiando. Inicialmente, foi atendida no pronto-socorro, mas logo em seguida teve de ser internada na UTI. Um dia depois, entrou em coma”, conta o médico.

A alimentação na UTI só podia ser feita por meio de uma sonda. No dia 24 de novembro, Rosana passou para uma unidade semi-intensiva do hospital e três dias depois morreu.

Apesar da voz tranqüila, Rosa não segura as lágrimas quando diz que podia ter feito mais pela filha. “Errei quando não esperneei para ela ficar mais tempo no hospital. Deixaram a Rosana internada só seis dias”, contou ela, em referência à primeira internação da jovem, há um ano. “Era tanta fraqueza que as perninhas da minha filha travaram. Ela não tinha que ter voltado para casa tão cedo naquela época”, diz, chorando.

“Ela era um amor de menina, muito amiga”, lamenta Rosa.





Fonte: G1

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