Izar diz que CPI se precipitou ao mandar processos ao Conselho

O presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, Ricardo Izar (PTB-SP), disse nesta quinta-feira que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas se precipitou ao enviar para o colegiado tantos processos por quebra de decoro. Ao todo, foram enviados 67 processos contra parlamentares que foram citados no relatório da CPMI.

"É lógico que [a CPMI] se precipitou, e é uma pena que isso tenha acontecido. Foi correria de véspera de eleição, de segundo turno, de fim de legislatura. Muitos processos que estamos examinando aqui, os deputados não tinham nada a ver com isso. É uma pena que isso tivesse acontecido, e esses deputados perderam a eleição. Foi realmente uma injustiça com alguns deputados", afirmou Izar.

Segundo o deputado, o grande volume de processos que precisam ser analisados sobrecarregou os trabalhos do Conselho de Ética. Ele disse que pretende ouvir na próxima semana mais seis deputados acusados de envolvimento no caso, além de 12 testemunhas. De acordo com Izar, o julgamento dos processos deve começar em 15 dias. "O volume é muito grande e nós só temos mais três semanas. Eu espero, na pior das hipóteses, julgar de seis a dez processos daqui a 15 dias", afirmou.

O relator do processo contra o deputado Pedro Henry (PP-MT), Mussa Demes (PFL-PI), tem a mesma opinião de Izar. Para ele, a CPMI deveria ter investigado mais profundamente a acusação de envolvimento dos deputados antes de encaminhar os processos ao Conselho de Ética. "Se eu fosse o presidente da CPMI, teria pedido a prorrogação desse prazo e teria concluído os processos antes de submetê-los ao Conselho de Ética".

O presidente da CPMI, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), rebateu as críticas. "Devo esclarecer que o procedimento investigatório foi realizado de forma inédita, no prazo que foi deferido, de 60 dias, e dentro de critérios: todos os parlamentares a respeito dos quais havia emenda, referência em depoimento e comprovação de recebimento de qualquer quantia, de qualquer vantagem, foram incluídos entre aqueles que deveriam ser submetidos a processo no Conselho de Ética, e é isso que está sendo feito agora. O julgamento efetivo se dá no Conselho de Ética", esclareceu.