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Politica Brasil
Terça - 28 de Novembro de 2006 às 18:43

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G1 - O advogado Gedimar Passos, envolvido na compra do dossiê da máfia dos sanguessugas contra políticos do PSDB, acusou nesta terça-feira (28) o delegado Edmilson Bruno, da Polícia Federal de São Paulo, de maus tratos no dia 15 de setembro, quando foi preso com R$ 700 mil dos R$ 1,7 milhão que seriam usados para comprar os documentos.

O G1 procurou a Polícia Federal de São Paulo e aguarda esclarecimentos sobre o caso.

Gedimar disse à CPI dos Sanguessugas que sofreu tortura psicológica na PF de São Paulo e que ficou horas numa sala fechada com "água na canela para amolecer a memória" quando preso na PF de Cuiabá. O advogado afirmou que foi pressionado pelo delegado a apontar Freud Godoy, ex-assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como um dos mandantes da operação de compra do dossiê.

Segundo Gedimar Passos, o delegado encontrou o nome de Freud na agenda de seu celular e num papel em sua bolsa. "Como ele (o delegado) não tinha nada, e queria algum vínculo, insistiu nisso (Freud). E acabei dizendo: então coloca o Freud", afirmou. Edmilson Bruno foi afastado do caso na mesma semana em que descobriu a operação de compra do dossiê.

Ele contou também à CPI que conheceu Freud no comitê de campanha de Lula em Brasília. De acordo Gedimar Passos, a empresa de segurança da mulher do ex-assessor de Lula foi contratada para fazer uma varredura no local no dia 13 de agosto. Segundo o advogado, o contato com Freud se resumiu a esse episódio.

Ele afirmou ainda que a sua prisão foi ilegal e insinuou que a polícia usou grampos sem autorização judicial para desmontar a operação. Gedimar disse que o delegado chamou a imprensa e integrantes das campanhas de José Serra e Geraldo Alckmin, ambos do PSDB, para assistirem à sua prisão na manhã do dia 15.

Dossiê Sobre os documentos, Gedimar, por enquanto, não contou muita coisa. Disse que foi chamado por Jorge Lorenzetti, então analista de risco e mídia da campanha de Lula, para avaliar, ao lado do ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Veloso, o material oferecido por Luiz Antônio Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas.

Os documentos, no entanto, não eram consistentes, segundo Gedimar. Vedoin, então, teria dito que possuía mais coisas e prometeu uma entrevista a um grande veiculo de comunicação. Em troca, pediu apoio jurídico e R$ 20 milhões, valor que teria sido reduzido a R$ 2 milhões no final da negociação.

Confirmando versão de Lorenzetti, Gedimar disse que a campanha do PT se negava a pagar pelos documentos, mas não explicou como surgiu o dinheiro apreendido com ele e com Valdebran Padilha, do PT do Mato Grosso, no dia 15 de setembro no Hotel Íbis, em São Paulo.





Fonte: G1

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