Dossiê: petistas tiveram contato constante com Berzoini

Brasília - Além do ex-secretário do Ministério do Trabalho Osvaldo Bargas, responsável pelo capítulo sobre trabalho do programa de governo da reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, outros petistas acusados de envolvimento com o caso da tentativa de compra do dossiê Vedoin mantiveram contatos telefônicos com o deputado e presidente licenciado do PT Ricardo Berzoini nos dias que antecederam a compra do dossiê.

A Polícia Federal pediu a quebra de sigilo de quatro linhas do deputado, ex-coordenador da campanha presidencial de Lula: duas fixas e dois celulares. O próprio Berzoini teria fornecido os números para os investigadores que, no início do mês, informaram ter identificado contatos entre ele e alguns dos principais acusados.

Um dos nomes confirmados foi o de Hamilton Lacerda, homem de confiança da campanha de Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo, flagrado pelo circuito fechado do Hotel Ibis carregando uma mala, supostamente com o dinheiro da negociação.

Também chamou a atenção da PF o grande número de telefonemas entre o escritório de Berzoini e a empresa Caso Sistemas de Segurança Ltda., pertencente a Freud Godoy, ex-guarda-costas de Lula e apontado como a pessoa que ordenou o pagamento do dossiê. Às vésperas da negociação da papelada, o número de chamadas se intensificou.

Há ainda registro de telefonemas entre o presidente afastado do PT e Jorge Lorenzetti, chefe do núcleo de inteligência do partido, ao qual era subordinado Gedimar Passos, também envolvido na operação. Em seu celular pessoal, Berzoini também recebeu diversas ligações do comitê de campanha de Lula, a maior parte dia 13 de setembro, exatamente quando Gedimar aguardava o recebimento do dinheiro no hotel.

A quebra de sigilo dos telefones mostrou que, só na véspera e no dia da prisão pela compra do dossiê, os petistas acusados trocaram 148 telefonemas