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Cultura
Segunda - 27 de Novembro de 2006 às 14:42

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"A gente trabalha na arte com espírito de sacerdócio. Receber esta honra é um sonho que nunca me passou pela cabeça", qualificou Charneca em declarações à agência Lusa.

O artista confessou ter sentido uma "emoção muito forte" ao ver o seu nome ao lado dos grandes Cândido Portinari, Di Cavalcanti e Óscar Niemeyer no "folder" da Academia.

"Jamais poderia imaginar que um dia o meu nome pudesse ser escrito ao lado do nome de tão grandes figuras", assinalou.

Segundo Charneca, a honra de ingressar na Academia será dupla, porque, além de ser o primeiro português a receber o grau de Académico Livre, será também o primeiro artista oriundo de Mato Grosso na Confraria dos Imortais, fundada em 1950.

Nascido em Évora, em 1959, Francisco Charneca mora já há dez anos em Cuiabá, capital do Estado do Mato Grosso, onde recebeu o título de cidadão matogrossense.

"Vim para Cuiabá encantado por uma morena pantaneira que até hoje é a minha musa inspiradora", disse o artista, ao referir-se à sua mulher, Eva Helena Gomes.

Admitiu, no entanto, que "há coisas na terrinha que são paixão definitiva. A cultura, a família, o fado, a comida alentejana, a cidade de Évora e os amigos fazem saudade".

Francisco Charneca contou que já morou em Moçambique, Portugal continental, nos Açores e que nunca se sentiu estrangeiro no Brasil.

"A minha pátria é a língua portuguesa", disse.

Charneca será o orador oficial dos novos 15 académicos da Academia na cerimónia a realizar no Rio de Janeiro, quarta-feira.

Indicado para membro da Academia pelo artista plástico mineiro Pedro D´Alcântara, já falecido, Charneca terá como patrono também um mineiro, o pintor António de Souza Vianna.

A arte de Charneca traduz a influência das cidadanias portuguesa e brasileira, da vivência em África e da religiosidade.





Fonte: 24HorasNews

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