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Politica Brasil
Sábado - 25 de Novembro de 2006 às 18:15

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu hoje sua política de alianças para o segundo mandato e afirmou que o PT manterá seu espaço no Governo.

"Não aceitem essa bobagem de provocação de que o PT será menor no Governo", disse o presidente em São Paulo na abertura da reunião do diretório nacional do PT, a primeira após a reeleição de Lula.

A reunião do PT acabará no domingo e foi convocada com o intuito de analisar o cenário político que surgiu após as eleições presidenciais, as perspectivas do segundo mandato de Lula e a política de alianças que o presidente adotará.

Nas últimas semanas, o presidente conseguiu a promessa de apoio de partidos de todas as tendências, inclusive do PMDB, que é a maior força política do país.

A entrada do PMDB na coalizão do Governo petista é vista com receio pelos dirigentes do PT, que temem que o apetite pelos cargos públicos daquele partido prejudique sua própria participação no segundo mandato de Lula.

"Estou convencido de que vamos fazer um segundo Governo tão bom que até o PT vai gostar", brincou o presidente diante de dezenas de membros da legenda, entre eles vários ministros, congressistas e os cinco governadores eleitos nas últimas eleições.

Segundo Lula, o PT deve acabar com a discussão interna sobre o peso que o partido terá em seu segundo mandato porque é ele quem decide a composição de seu gabinete.

O presidente afirmou que não tem pressa de escolher os ministros de seu próximo mandato.

"Esse é um problema que vamos deixar para ser discutido no momento adequado", disse Lula, com o objetivo de acalmar os que estão preocupados com a possibilidade de perder cargos no Governo, onde o PT ocupa 15 dos 34 ministérios existentes.

Antes, o presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia, havia criticado a oposição que, segundo ele, "quer confiscar a vitória de outubro" ao pedir uma participação menor do PT no Governo.

"Fala-se em 'despetizar' o Governo, quase como se isso fosse um processo de desratização. O PT não se lançou e não se lançará a uma disputa pequena por cargos. Queremos conteúdo e definições políticas claras", disse García, ao afirmar que a entrada de outros partidos no Governo deve ser baseada nas afinidades de seus programas.

O governador eleito da Bahia, Jacques Wagner, considerado uma das estrelas em ascensão no PT, reconheceu que o partido terá de fazer sacrifícios para que Lula possa governar num país "no qual não existe a fidelidade partidária".

"O PT terá maturidade para entender que, se o presidente precisa ampliar a base de Governo, não conseguirá isso pedindo sacrifícios aos aliados. Ele terá que pedir sacrifícios para seu próprio partido", afirmou.

Em seu discurso, Lula falou indiretamente sobre os escândalos de corrupção investigados pelo Congresso Nacional e pelo Ministério Público e nos quais o PT esteve envolvido.

O presidente afirmou que, sem esses escândalos - que vêm acontecendo desde que ele chegou à Presidência, em 2003 -, ele começaria seu segundo mandato mais fortalecido, razão pela qual pediu a seus companheiros que se esforcem para que o partido recupere o papel da referência ética.

"O PT precisa voltar a ser exemplo neste país", afirmou.

Lula, que durante a última campanha eleitoral tentou se distanciar da imagem do PT para não ser vinculado às denúncias de corrupção, reafirmou hoje sua ligação política com o partido.

"Como vou sair do PT se o PT não sai de mim?", perguntou o presidente, diante de seus companheiros.





Fonte: G1

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