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Politica Brasil
Sexta - 24 de Novembro de 2006 às 14:41

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Ex-deputado constituinte, ex-ministro da Justiça e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o gaúcho Nelson Jobim trabalha para ser o próximo presidente do PMDB e participar do conselho político do governo de coalizão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Jobim apresentou seu projeto ao atual presidente do partido, deputado Michel Temer (SP), na manhã de quarta-feira, horas antes de Lula receber dirigentes do PMDB no Planalto. Antes, consultou dirigentes próximos a Lula, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e "não alinhados", como o senador eleito Jarbas Vasconcelos (PE), entre outros.

"Jobim foi correto, como sempre, ao me apresentar a postulação. Respondi que posso até vir a indicá-lo, porém mais próximo de março de 2007, quando termina meu mandato", disse Temer à Reuters nesta sexta.

O trânsito político amplo do ex-presidente do STF é seu principal trunfo na disputa por um lugar no conselho da coalizão. Mesmo tendo sido ministro de Fernando Henrique Cardoso, que o indicou ao Supremo, Nelson Jobim é amigo de Lula e dos "governistas" do PMDB, como o ex-presidente José Sarney .

"Para demonstrar que tem apreço pelo PMDB, o presidente Lula me contou que gostaria de ter tido Jobim como vice este ano, se tivesse sido possível formarmos uma coligação com o PT", acrescentou Temer.

Em março, Jobim, de 60 anos, antecipou sua aposentadoria como ministro do STF, de forma a poder filiar-se novamente ao PMDB e ficar apto a disputar as eleições de outubro. Ele foi deputado pelo Rio Grande do Sul entre 1987 e 1995 e destacou-se como um dos relatores da Constituição de 1988.

O ex-presidente do STF não quis comentar a candidatura, mas confirmou a amigos a proposta que apresentou a Temer, Renan, Jarbas, Sarney, ao senador Pedro Simon (RS) e ao governador Luiz Henrique (SC): representar todas as correntes do PMDB na presidência e no conselho da coalizão. Cotado para substituir Marcio Thomaz Bastos no Ministério da Justiça, Jobim informou a Lula que não deseja voltar ao cargo que ocupou de 1995 a 97.

A unidade interna do PMDB foi uma exigência de Lula nas conversas com Renan, Sarney e o deputado Jader Barbalho (PA) para fechar a coalizão. Jobim atuou como itermediário entre esse grupo e Michel Temer para marcar a audiência de quarta-feira, quando Lula se encontrou com dirigentes que apoiaram o tucano Geraldo Alckmim nas eleições.

A candidatura de Jobim terá de passar por alguns "testes políticos" até março, segundo dirigentes ligados a Lula. Há setores no partido que temem um deslocamento de forças para o grupo gaúcho, que incluiu outro ex-ministro (Transportes) de Fernando Henrique, o deputado Eliseu Padilha. Temer informou que vai convocar para quinta-feira a reunião do Conselho do PMDB, formado pela executiva nacional, pelos governadores e outras personalidades do partido, para formalizar a coalizão com o PT.

"O Conselho é a instância política máxima do PMDB. Sua decisão estará acima de qualquer contestação", disse Temer.





Fonte: Reuters

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