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Politica Brasil
Quinta - 23 de Novembro de 2006 às 14:23

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O deputado federal eleito Juvenil Alves (PT-MG) foi preso na manhã desta quinta-feira (23) pela Polícia Federal em Belo Horizonte.

Ele é acusado de fazer parte de uma organização criminosa especializada em crimes financeiros que, segundo a Receita Federal, pode ter causado um prejuízo superior a R$ 1 bilhão aos cofres públicos.

A operação, batizada de Castelhana, prendeu outras 19 pessoas em cinco Estados (MG, SP, RJ, PR e AL) e no Distrito Federal. Entre os acusados estão políticos, empresários, contadores e advogados, segundo a PF.

O deputado eleito Juvenil Alves é advogado e tem 47 anos. Foi detido em sua casa, no bairro Belvedere, na região centro-sul de Belo Horizonte, e levado para a sede da PF na capital mineira. Do escritório de Belo Horizonte foram levados disquetes e docimentos. Três funcionários que teriam tentado esconder supostas provas, segundo a PF, também foram detidos.

Em São Paulo, a polícia já havia realizado uma operação nos escritórios de advocacia do político, entre eles um imóvel na avenida Pacaembu, na Zona Oeste da capital paulista.

Alves nasceu em Abaeté, região central de Minas, e obteve 110.651 votos nas eleições de outubro. É a primeira vez que ele foi eleito para a Câmara dos Deputados. Como a diplomação ocorrerá somente em 19 de dezembro, Juvanil não tem direito a foro privilegiado.

De acordo com a PF, os escritórios de advocacia de Juvenil Alves seriam supostamente responsáveis por trâmites burocráticos no exterior e no Brasil, além da constituição de empresas de fachada.

Os acusados poderão responder por crimes de lavagem de dinheiro, informação falsa em contrato de câmbio, evasão de divisas, sonegação fiscal, estelionato contra a fazenda pública, quadrilha e falsidade ideológica.

As investigações da PF apontam que os crimes eram cometidos para permitir que empresários mantivessem seus bens fora do alcance de possíveis cobranças fiscais e execuções judiciais. No total, as penas podem superar 35 anos de reclusão.

PT

O diretório estadual do PT em Minas informou que aguardará a "disponibilidade" de Juvenil Alves para obter esclarecimentos sobre sua suposta participação em uma organização criminosa especializada em crimes financeiros.

De acordo com o secretário de Comunicação do PT-MG, Luís Carlos da Silva, o partido foi "surpreendido" com a detenção. "Quando ele estiver disponível, o partido vai tomar as providências e ouví-lo sobre o caso. Se ele for culpado, vai sofrer as sanções necessárias. No entanto, o partido não pré-julga."

Operação Castelhana

A ação visa cumprir, nesta quinta-feira, 20 mandados de prisão e realizar 50 buscas e apreensões. Participam da Operação Castelhana aproximadamente 250 policiais federais e 120 auditores da Receita Federal.

Todas as prisões, buscas e seqüestros de bens foram expedidos pelo Juízo Federal da Vara Especializada em "Lavagem de Dinheiro" de Belo Horizonte. De acordo com a PF, as prisões temporárias são válidas exclusivamente por cinco dias e têm por finalidade garantir que testemunhas não sejam intimidadas e que provas sejam ocultadas.

Representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acompanham os policiais nas ações nos escritórios de advocacia. Segundo a PF, o esquema de fraudes da organização criminosa faria uso de sociedades anônimas estabelecidas no Uruguai e na Espanha, em nome de "laranjas", para ocultar e dissimular valores e bens de empresários brasileiros.

O nome da operação foi escolhido em razão da atuação da quadrilha e países hispânicos, como Uruguai e Espanha.





Fonte: G1

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