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Politica Brasil
Quinta - 23 de Novembro de 2006 às 08:11

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O presidente do PMDB, Michel Temer, afirmou nesta quarta-feira (22) que o partido quer integrar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma coalizão a partir do segundo mandato. Clique para ver o vídeo da Globo News.

Satisfeito, Temer classificou o diálogo com Lula como inédito. "O governo tomou a providência de apresentar uma pauta. Isso é ímpar, inédito. Eu não me recordo de uma conjugação de forças políticas que se ancorasse numa proposta de projetos para o país. Isso facilita muito a presença do PMDB. O que não desejamos é sermos apodados de fisiológicos, ou seja, apoio em troca de cargo. Não, é apoio em troca de projetos", acrescentou.

Na noite desta quarta (22), em evento em Brasília, o presidente Lula classificou como "histórica" a reunião com os peemedebistas.

Para tornar a adesão oficial, resta ouvir a Executiva Nacional e o Conselho Político do partido, que pode ocorrer já na próxima semana. "Queremos consultar todas as instâncias, para que o partido esteja institucionalmente representado no governo. Nós não queremos repetir os equívocos do primeiro mandato, quando não houve nenhum tipo de consulta", afirmou Michel Temer após um encontro de uma hora e meia com Lula.

O presidente apresentou ao grupo uma agenda mínima com sete pontos, entre os quais as reformas política e tributária, compromisso com política econômica voltada para o desenvolvimento, consolidação de programas de transferência de renda, além da formação de um conselho político formado pelos presidentes dos partidos aliados.

"A amplíssima maioria do PMDB está disposta a ser co-responsável pelas políticas públicas para o país", afirmou Temer. Segundo o peemedebista, nesse contato não se falou em composição ministerial. Ele disse que caberá a Lula indicar em quais pastas o PMDB poderá ser representado.

Temer chegou ao Palácio do Planalto por volta das 12h, acompanhado dos deputados Moreira Franco (RJ), Tadeu Felipelli (DF), Henrique Eduardo (RN) e o presidente do PMDB paulista, Orestes Quércia. "O Michel resolveu trazer a Executiva para simbolizar o partido como um todo", disse o parlamentar potiguar.

No Palácio do Planalto, acredita-se que uma negociação formal com o partido, deixando de lado a política no varejo feita com suporte dos senadores Renan Calheiros (AL) e José Sarney (AP), transforme em aliada a grande maioria do PMDB.

Renan e Sarney, apesar da tentativa de união do partido, têm patrocinado o boicote às reuniões que envolvem Temer para tentar enfraquecê-lo nas negociações com o Planalto. O grupo peemedebista que aderiu antes ao governo não aceita que a ala "tucana" tenha participação igualitária no segundo mandato.

Sem divisão

O grupo que foi ao Palácio do Planalto pretende fazer um esforço para que a ala representada por Renan e Sarney tenha representação institucional no partido. Quércia pretende fazer essa ponte e disse compreender que ambos postulem o posto de interlocução com Lula.

"É natural que eles queiram ser interlocutores, mas ambos têm de compreender que é importante que a negociação seja com todo o partido. Nós temos responsabilidade em acertar a situação. Seria importante que gente do Sarney e do Renan se incorporasse à Executiva do partido", disse o ex-governador paulista.

Temer rechaçou inclusive a divisão entre as duas alas, governista e oposicionista. "Não gostaria mais de fazer essa distinção. Vamos nos esforçar para não ter mais isso", disse o presidente do PMDB, que compartilha da visão de Lula de que a negociação institucional com os partidos pode fazer o segundo mandato mais estável que o primeiro.

O deputado Tadeu Felipelli classificou o encontro de marco histórico e aposta que com a reunião desta quarta-feira não haverá monopólio de negociação entre Lula e o partido . "Encerra-se tudo o que foi dito sobre interlocutores, Renan, Sarney, Jader Barbalho. Não haverá mais isso", disse o parlamentar do Distrito Federal.

"Independentes"

Temer informou ao presidente que um grupo de seis senadores decidiu terça-feira (21) permanecer independente do Palácio do Planalto. Segundo ele, Joaquim Roriz (DF), Jarbas Vasconcelos (PE), Mão Santa (PI), Almeida Lima (SE), Geraldo Mesquita Júnior (AC) e Garibaldi Alves (RN), no entanto, não vão se opor ao movimento pró-Lula.

"Esses senadores não vão se opor a projetos de interesse do Brasil no Senado, nem ficar contrário ao que a maioria quer", disse o presidente peemedebista.

Lula pretende chamar os seis para uma conversa nas próximas semanas, segundo o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro. "Esses senadores não se declararam integrantes da oposição. Não há impedimento de eles trabalharem junto ao governo", afirmou o ministro.





Fonte: G1

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