<b>Governo libera R$ 1,5 bi para asfaltar Cuiabá-Santarém</b>

O governo brasileiro vai liberar cerca de 1,5 bilhão de reais para acelerar o asfaltamento de 1.000 quilômetros da rodovia BR-163, que liga Cuiabá a Santarém, disse um funcionário do Ministério dos Transportes na terça-feira.

A decisão foi tomada em meio a uma revisão de 120 projetos de transporte e energia analisados na sexta-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por ministros, a fim de promover o crescimento econômico e garantir o fornecimento energético.

"A partir de 2007, teremos verbas para fazer um progresso mais rápido", disse José Maria da Cunha, consultor do Ministério dos Transportes para o projeto da BR-163, à Reuters.

Segundo ele, a BR-163 será incluída no Programa Piloto de Investimentos Públicos (PPI) de 2007, ao invés de ser financiada pelas Parcerias Público-Privadas (PPPs). Cerca de 4,6 bilhões de reais estão reservados para o PPI em 2007.

Mato Grosso é o maior produtor de soja do Brasil, que por sua vez é o segundo maior exportador mundial. Mas as lavouras mato-grossenses ficam a cerca de 2.000 quilômetros dos congestionados portos do Sul e do Sudeste.

A BR-163, de terra, fica praticamente intransitável entre dezembro e junho, devido às chuvas. O asfaltamento abriria uma rota mais curta e barata para a exportação, inclusive porque o porto de Santarém fica mais próximo dos mercados consumidores.

Mas ambientalistas temem que o asfaltamento acelere a devastação provocada por madeireiros, pecuaristas, produtores de soja e grileiros. Por isso, eles tentam obstruir a conclusão da rodovia, construída no começo da década de 1970 pelo regime militar.

O governo já tem uma licença ambiental preliminar para o projeto da BR-163, e agora espera receber aprovação definitiva até o final da estação chuvosa, em junho de 2007, segundo Cunha.

Parte do trabalho, que inclui a substituição de 70 pontes de madeira por estruturas de concreto, deve ser licitada no ano que vem, segundo Cunha.

"O projeto levará de três a quatro anos, mas deve estar completo até 2010", disse ele, acrescentando que só será possível trabalhar na estação seca.