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Politica Brasil
Quarta - 22 de Novembro de 2006 às 06:37
Por: Marcos Lemos

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Numa sessão tumultuada, que durou 11 horas, os vereadores de Colniza, município distante 1.150 quilômetros de Cuiabá, afastaram do cargo o prefeito Sérgio Bastos dos Santos (PMDB), além de sete dos oito vereadores que compõem o Legislativo municipal. Eles são acusados de envolvimento em denúncias de desvio de recursos públicos e apropriação indébita de patrimônio da municipalidade.

Uma primeira sessão afastou o prefeito e, numa segunda, que foi até a madrugada de anteontem, cassou o mandato. Desde o ano passado, o prefeito vem sendo acusado de uma série de irregularidades por empresários e organizações de classe. Há três meses foi formalizada uma denúncia ao Ministério Público Estadual com supostos documentos e provas dos desvios proporcionados pelo prefeito Sérgio Bastos dos Santos e parte do seu secretariado.

Baseando-se no Decreto-Lei n. 201/67 e no artigo 203 da Constituição Estadual, onde vereadores suspeitos não têm poder de decisão e julgamento, seis suplentes foram empossados e, por unanimidade de oito votos, cassaram o prefeito peemedebista. Eles instauraram investigações sobre todos os documentos que se encontram no poder Legislativo municipal e deverão ainda remeter para o poder Judiciário e ao Ministério Público Estadual.

Os vereadores têm prazo de 180 dias para concluir as investigações e para confirmarem, então, o afastamento definitivo do prefeito de Colniza, Sérgio Bastos dos Santos, que segundo assessores diretos estaria recorrendo da decisão dos vereadores junto ao Tribunal de Justiça do Estado.

Pesam contra o prefeito a malversação dos recursos públicos; aluguel de aeronave sem licitação; apropriação indébita de impostos municipais; utilização de notas fiscais de empresas fantasmas; desvio de recursos do Fundo Estadual de Transportes e Habitação (Fethab) para construção de casas populares, pavimentação de ruas e avenidas com valores superfaturados; aquisição de equipamentos sem licitação e superfaturados; aquisição de lotes urbanizados da União; salários dos médicos com mais de cinco meses atrasados; merenda escolar adquirida com irregularidades; medicamentos adquiridos sem licitação e apropriação de parte de área adquirida para o lixão municipal.

O vice-prefeito Adir Ferreira de Souza, sem partido, tentava ontem até o final da tarde entrar no prédio da prefeitura, que se encontrava fechada por ordem do prefeito.

Já no exercício do mandato por determinação da Câmara Municipal, o prefeito (Adir) determinou a imediata auditoria de todas as contas do município de Colniza e vai remeter documentos e solicitar ao Ministério Público Estadual e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) uma auditagem nas contas municipais e a investigação de todos os contratos com empresas e com pessoas.

“É preciso tomar pé da situação e saber o que pode ou não ser feito neste período”, disse o prefeito em exercício, salientando que medidas emergenciais precisam ser adotadas para se restabelecer um mínimo de serviço público para a população mais carente. “Não existe atendimento médico. Isto é uma calamidade”, disse ele, que é médico.





Fonte: Da Reportagem

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