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Lula atrai oposição para diálogo; FHC diz que aguarda proposta
Apenas três semanas depois de uma das mais radicalizadas disputas eleitorais brasileiras, o presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva está atraindo para o diálogo o PSDB, principal partido da oposição.
A proposta de criar um conselho de ex-presidentes da República foi bem recebida pelo tucano Fernando Henrique Cardoso, segundo o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), a quem Lula apresentou a idéia neste fim de semana.
"Falei sobre a idéia com o presidente Fernando Henrique. Ele não se nega ao diálogo e vai aguardar os desdobramentos", disse Athur Virgílio a jornalistas nesta segunda-feira.
"Fernando Henrique recordou que Lula havia feito essa proposta a ele e aos ex-presidentes Itamar Franco e José Sarney em maio do ano passado, mas as condições políticas não permitiram que a idéia fosse adiante", acrescentou o líder tucano.
Em maio de 2005, Lula viajou com os três ex-presidentes para os funerais do papa João Paulo 2o. Um mês depois estava instalada a crise do mensalão, que quase levou a oposição a pedir o impeachment de Lula.
Agora, Lula quer incluir no conselho o ex-presidente Fernando Collor, que sofreu impeachment no Senado em 1992 e acaba de ser eleito senador em Alagoas, depois de cumprir um período de inabilitação. Sábado, depois do enterro do senador Ramez Tebet em Três Lagoas (MS), Lula ofereceu carona até Brasília a Virgílio e aos senadores peemedebistas Pedro Simon, Renan Calheiros, José Sarney e Waldir Raup.
Na viagem, Lula "quebrou o gelo" com o líder tucano, uma das vozes mais duras da oposição.
"O presidente Lula disse que quer conversar com todas as forças políticas para destravar o crescimento do Brasil", contou Virgílio.
"Respondi que ele pode apresentar uma pauta e que a oposição vai querer opinar sobre ela, vai querer interagir", acrescentou o líder.
Segundo Virgílio, Lula disse que o país "não pode continuar crescendo a taxas de dois por cento ao ano, seja quem estiver no governo."
O presidente se queixou de que o Ministério Público e juízes de primeira instância têm criado obstáculos a investimentos, com base na legislação ambiental.
"A Petrobras está com mais de 80 bilhões de reais de investimentos parados por sentenças de primeira instância", reclamou, segundo o tucano.
Arthur Virgílio disse que, mesmo se mostrando aberto a conversar com todos -- dizendo inclusive que Fernando Collor foi absolvido pelo povo de Alagoas -- Lula foi "muito vago" sobre uma agenda de reformas.
LENIN, STALIN E TROTSKY
Durante o vôo de pouco mais de uma hora até Brasília, Lula e os senadores trocaram impressões sobre os chefes da Revolução Russa de 1917, recordou Virgílio.
O tucano lamentou ter deixado o livro "Lenin, uma biografia definitiva", do britânico Robert Service, no avião que levara os senadores ao enterro.
"Comentei que a biografia mostrava aspectos humanos de Lenin, positivos e negativos, que eu desconhecia", contou Virgílio.
José Sarney, que está lendo "A Corte do Czar Vermelho", do argentino Simon Sebag Montefiore, contou que Josef Stalin, sucessor de Lenin, era fisicamente franzino e parecia mais robusto nas fotografias do que realmente era.
"Lula recordou sua viagem a São Petersburgo (cenário da revolução) e comentou que as ditaduras sempre tentam fazer que pareçam fortes os ditadores, para que pareçam fortes também", disse Virgílio.
Mas entre Lenin e Stalin, Lula preferiu elogiar "a oratória brilhante" de Leon Trotsky, chefe militar da Revolução que seria perseguido e exilado por Stalin no final dos anos 1920.
O Palácio do Planalto não comentou as notícias sobre a conversa de Lula com o líder da oposição, mas fontes do governo confirmaram que o presidente está preparando uma agenda de encontros com líderes ou presidentes de todos os partidos.
"A avaliação do presidente é de que estamos avançando positivamente nos contatos com aliados e com a oposição", limitou-se a afirmar o ministro Tarso Genro, das Relações Institucionais.
A proposta de criar um conselho de ex-presidentes da República foi bem recebida pelo tucano Fernando Henrique Cardoso, segundo o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), a quem Lula apresentou a idéia neste fim de semana.
"Falei sobre a idéia com o presidente Fernando Henrique. Ele não se nega ao diálogo e vai aguardar os desdobramentos", disse Athur Virgílio a jornalistas nesta segunda-feira.
"Fernando Henrique recordou que Lula havia feito essa proposta a ele e aos ex-presidentes Itamar Franco e José Sarney em maio do ano passado, mas as condições políticas não permitiram que a idéia fosse adiante", acrescentou o líder tucano.
Em maio de 2005, Lula viajou com os três ex-presidentes para os funerais do papa João Paulo 2o. Um mês depois estava instalada a crise do mensalão, que quase levou a oposição a pedir o impeachment de Lula.
Agora, Lula quer incluir no conselho o ex-presidente Fernando Collor, que sofreu impeachment no Senado em 1992 e acaba de ser eleito senador em Alagoas, depois de cumprir um período de inabilitação. Sábado, depois do enterro do senador Ramez Tebet em Três Lagoas (MS), Lula ofereceu carona até Brasília a Virgílio e aos senadores peemedebistas Pedro Simon, Renan Calheiros, José Sarney e Waldir Raup.
Na viagem, Lula "quebrou o gelo" com o líder tucano, uma das vozes mais duras da oposição.
"O presidente Lula disse que quer conversar com todas as forças políticas para destravar o crescimento do Brasil", contou Virgílio.
"Respondi que ele pode apresentar uma pauta e que a oposição vai querer opinar sobre ela, vai querer interagir", acrescentou o líder.
Segundo Virgílio, Lula disse que o país "não pode continuar crescendo a taxas de dois por cento ao ano, seja quem estiver no governo."
O presidente se queixou de que o Ministério Público e juízes de primeira instância têm criado obstáculos a investimentos, com base na legislação ambiental.
"A Petrobras está com mais de 80 bilhões de reais de investimentos parados por sentenças de primeira instância", reclamou, segundo o tucano.
Arthur Virgílio disse que, mesmo se mostrando aberto a conversar com todos -- dizendo inclusive que Fernando Collor foi absolvido pelo povo de Alagoas -- Lula foi "muito vago" sobre uma agenda de reformas.
LENIN, STALIN E TROTSKY
Durante o vôo de pouco mais de uma hora até Brasília, Lula e os senadores trocaram impressões sobre os chefes da Revolução Russa de 1917, recordou Virgílio.
O tucano lamentou ter deixado o livro "Lenin, uma biografia definitiva", do britânico Robert Service, no avião que levara os senadores ao enterro.
"Comentei que a biografia mostrava aspectos humanos de Lenin, positivos e negativos, que eu desconhecia", contou Virgílio.
José Sarney, que está lendo "A Corte do Czar Vermelho", do argentino Simon Sebag Montefiore, contou que Josef Stalin, sucessor de Lenin, era fisicamente franzino e parecia mais robusto nas fotografias do que realmente era.
"Lula recordou sua viagem a São Petersburgo (cenário da revolução) e comentou que as ditaduras sempre tentam fazer que pareçam fortes os ditadores, para que pareçam fortes também", disse Virgílio.
Mas entre Lenin e Stalin, Lula preferiu elogiar "a oratória brilhante" de Leon Trotsky, chefe militar da Revolução que seria perseguido e exilado por Stalin no final dos anos 1920.
O Palácio do Planalto não comentou as notícias sobre a conversa de Lula com o líder da oposição, mas fontes do governo confirmaram que o presidente está preparando uma agenda de encontros com líderes ou presidentes de todos os partidos.
"A avaliação do presidente é de que estamos avançando positivamente nos contatos com aliados e com a oposição", limitou-se a afirmar o ministro Tarso Genro, das Relações Institucionais.
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/259393/visualizar/
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