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Politica Brasil
Terça - 21 de Novembro de 2006 às 06:55

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Três dias depois de receber críticas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) por se aliar a partidos e não ouvir as demandas do povo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ontem (20) a seus auxiliares que abram espaço em sua agenda, ainda neste mês, para audiências com representantes dos movimentos sociais.

Além das queixas da CNBB, a cúpula do PT pressiona o presidente para que mantenha com os petistas os cargos que, no seu diagnóstico, dão “governabilidade social” à administração, como o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Também são almejados Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Cidades, Educação, Agricultura e Saúde, entre outros.

O ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) disse que Lula chamará líderes de movimentos para discutir “políticas de governo” e não barganha política. “A partir de agora, além dos encontros partidários que vem mantendo, o presidente pretende conversar com várias entidades da sociedade civil e movimentos sociais”, afirmou Tarso, na semana passada.

Na sexta-feira, o presidente da Comissão Pastoral Social da CNBB, d. Aldo Pagotto, definiu o Bolsa-Família como “assistencialista, que vicia e induz à acomodação”. “Espero que o presidente escute mais o povo. Estamos com receio de que, nas negociações com partidos, haja muita barganha.” Ex-assessor especial de Lula, Frei Betto concorda. “Temo que o PMDB apresente a fatura pelo fato de ter abdicado de candidato próprio a presidente. Temo que exija mais cargos do que merece.”

Na reunião com a comissão política do PT, porém, Lula foi enfático ao defender a parceria com o PMDB e o papel dos movimentos sociais. “O presidente reconhece a lealdade dos movimentos sociais. Disse que serão levados em conta no segundo mandato”, afirmou o deputado estadual Renato Simões (PT-SP), que esteve na reunião com Lula no Planalto, há cinco dias.

O presidente anunciou que não extinguirá secretarias especiais - todas com o PT. Mas há pastas como a Saúde, com verba de R$ 46 bilhões para 2007, que são comandadas pelo PMDB e disputadas por aliados como o PSB. Nesse caso, a “governabilidade social” alegada pelo PT será ignorada.





Fonte: AE

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