CPI quer investigar relação de Petrobrás com dossiê

A possibilidade de a Petrobrás ser uma das financiadoras de petistas que estavam negociando a compra do dossiê contra tucanos pode ser investigada pela CPI dos Sanguessugas.

Apesar de não fazer nenhuma ilação sobre as ligações telefônicas feitas para a estatal por acusados de negociar o material, o vice-presidente da Comissão, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), defendeu nesta segunda-feira as investigações.

"Existem indícios, mas é preciso primeiro analisar os dados. É preciso investigar, sob pena de não concluirmos as investigações", afirmou.

Após quebrar o sigilo telefônico de petistas, a Polícia Federal encontrou dezenas de ligações feitas pelo ex-coordenador de campanha paulista, Hamilton Lacerda, para um número geral da Petrobrás.

As ligações aconteceram entre os dias 02 de agosto e 14 de setembro, um dia antes da prisão de Gedimar Passos e Valdebran Padilha em um hotel em São Paulo.

Com essas novas suspeitas, o vice-presidente da CPI informou que irá insistir na prorrogação dos trabalhos, já que muitos fatos ainda faltam ser elucidados.

Depoimentos

Nesta terça-feira, além de reunião administrativa para votar requerimentos importantes - como os da convocação do presidente licenciado do PT, Ricardo Berzoini e do delegado Diógenes Curado - os "aloprados" (o ex-diretor do Banco do Brasil, Expedito Veloso, Gedimar e Valdebran) devem depor na Comissão.

Será a segunda vez que a CPI tenta ouví-los, já que na primeira data marcada, os parlamentares resolveram adiar os depoimentos. Jungamann garante, no entanto, que desta vez eles serão ouvidos.

"Eles estão convocados, é dever deles comparecer. Além dos depoimentos, teremos reunião administrativa para votar requerimentos", afirmou.