Documentário sobre a dança do Congo será lançado em DVD nesta segunda-feira

Um DVD e uma cartilha contanto a história da dança do Congo em Mato Grosso será lançado segunda-feira (20), dia da Consciência Negra. Na oportunidade será lançada também uma exposição de flâmulas de Lucia Picanço. Nascido na segunda metade do século 19, na comunidade afro-descentente de Nossa Senhora do Livramento, o Congo que leva o nome do município localizado a 32 quilômetros de Cuiabá, sobrevive reunindo seus dançantes todos os anos em festas realizadas em homenagem a São Benedito e Nossa Senhora do Rosário.

O lançamento do DVD será às 18h, com apresentação na Igreja do Rosário e São Benedito, e em seguida, na sub-regional do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan). No local haverá ainda apresentação do Siriri Quilombola e abertura da exposição Arte na Magia, de Lúcia Picanço.

A Cartilha traz informações sobre a História do Congo, personagens da encenação, indumentárias, instrumentos musicais, movimentos da dança e o roteiro da guerra. O documento foi produzido pelo rei do Congo, João Antonio (Toti) e jornalista Ana Santos, escritora Luciene Carvalho, historiadoras Lúcia Picanço e Terezinha Valéria da Silva, Nylza Batista, Viviane Rocha e Alessandra Darienzo.

O DVD Congo foi gravado no Quilombo de Mata Cavalo de Cima, comunidade rural localizada a 12 quilômetros de Nossa Senhora do Livramento durante a Festa de São Benedito deste ano. Foi nestas terras que os primeiros negros quilombolas da região iniciaram o Congo, trazendo nas músicas e na encenação da guerra muitas palavras de origem africana.

Cartilha e DVD fazem homenagem ao líder negro Cesário Sarat. As produções são inciativas da ong Instituto Usina e contou com apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Iphan.

O Congo

O Congo é um teatro popular dramático de uma guerra entre dois reinos. Com cantos, danças e versos em forma de trovas, e ora repentistas entre os personagens de duas cortes.

No Congo de Nossa Senhora do Livramento os reinados são do Congo (vermelho em homenagem aos negros do Estado brasileiro de Minas Gerais) e Monarca (azul em homenagem ao povo africano de Massangana e Luanda).

Os exércitos, sempre com mais de 20 integrantes (não há número máximo de dançantes) são compostos por devotos de São Benedito e pagadores de promessas.