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Politica Brasil
Domingo - 19 de Novembro de 2006 às 09:48

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Empresas doadoras das campanhas de deputados federais reeleitos que atuaram em projetos ou comissões no Congresso Nacional de sua área de interesse negaram relação entre as contribuições e as atividades dos parlamentares.

O empresário Eike Batista, do grupo de mineração EBX, avaliado no mercado, segundo ele, em US$ 2 bilhões, disse que sua doação destinava-se ao tio do deputado federal Vander Loubet (PT-MS), o governador de Mato Grosso do Sul, Zeca do PT. Segundo o empresário, seu grupo pretendeu colaborar com políticos para impedir que licenças ambientais para seus empreendimentos sejam recusadas "por razões políticas".

"O lema do nosso grupo tem sido transparência para ter o direito de cobrar transparência", disse Batista. A doação a Loubet foi de R$ 400 mil.

O presidente da Serasa (sociedade por ações de capital fechado que tem 58 instituições financeiras como acionistas), Elcio Anibal de Lucca, informou que as doações foram feitas a candidatos que procuraram a Serasa, e não o contrário.

"Não houve vinculação com a CPI. A maioria [dos deputados] tem alguma atuação relacionada à atividade da Serasa, à expansão de crédito, tecnologia de informação, defesa do consumidor", disse Lucca, por meio de sua assessoria.

Parceria

O presidente da NTC (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística), Geraldo Vianna, disse ter levado em conta "a antiga militância" dos parlamentares no setor. "O deputado Negromonte há muitos anos que nos acompanha. O [deputado] Gonzaga tem sido também um grande parceiro nosso", disse Vianna.

O Banco BMG negou, por meio de sua assessoria, que sua doação ao deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), integrante da extinta CPI dos Correios, tenha conexão com o trabalho do parlamentar na comissão.

"O BMG não discutirá o mérito de doações específicas, limitando-se a esclarecer que todas foram feitas em período posterior à aprovação do relatório final da CPI dos Correios, não tendo, por óbvio, influência no seu resultado", informou a assessoria, em nota.

A cervejaria Schincariol informou, em nota, "que realizou doações para campanhas políticas em 2006 para candidatos provenientes de regiões onde a empresa tem atuação. Os critérios utilizados (...) são baseados na crença da empresa de que o político trabalhará em prol das comunidades onde atua e da sociedade em geral."

Em nota, a Companhia Vale do Rio Doce afirmou: "As doações para campanhas políticas fazem parte do processo de fortalecimento das instituições democráticas brasileiras. Todas as doações da Vale do Rio Doce foram feitas rigorosamente dentro da legislação eleitoral, devidamente registradas e atendendo a um amplo espectro de partidos políticos".

A assessoria de imprensa da Embraer informou que doação de campanha "é um assunto que a empresa não comenta".

A Petróleo Ipiranga informou que não vai se manifestar sobre as doações. Mesmo procedimento da multinacional Alliance One Tabaco.

A fabricante de armas Taurus informou que deverá se manifestar sobre as doações amanhã. A CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos) informou que se manifestaria, mas não houve sucesso nas tentativas de contato com o celular da pessoa autorizada a se pronunciar. A assessoria da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) procurada na última sexta-feira, não foi localizada.





Fonte: Folha de S. Paulo

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