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Politica Brasil
Quarta - 15 de Novembro de 2006 às 08:45

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O presidente licenciado do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), sustentou em seu depoimento à Polícia Federal que Oswaldo Bargas só lhe contou que foi a Cuiabá depois que o escândalo do dossiê veio à tona, a partir da prisão de Gedimar Passos e Valdebran Padilha no Hotel Ibis, em São Paulo, no dia 15 de setembro.

Berzoini disse que questionou o ex-secretário do Ministério do Trabalho sobre o caso, já estampado nos jornais, e que Bargas "explicou, muito nervoso, que teria realmente ido a Cuiabá para acompanhar entrevista dos Vedoin com a revista 'IstoÉ'". A quebra do sigilo telefônico dos envolvidos, porém, revela que entre os dias 12 e 14 de setembro, quando estava em Cuiabá, Bargas ligou pelo menos 16 vezes para os celulares do então presidente do PT. Do período, constam ainda três ligações dos números do comitê de campanha do deputado para celulares do ex-secretário.

No depoimento, dado no dia 17 de outubro e obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo, o deputado diz que não foi responsável pela contratação dos petistas que negociaram o dossiê, com exceção de Jorge Lorenzetti, a quem convidou para chefiar a área de inteligência da campanha. Berzoini afirmou que Lorenzetti, churrasqueiro preferido do presidente Lula, "montou sua equipe" e que "só teve conhecimento prévio" da contratação de Bargas.

O deputado foi afastado da campanha de Lula dias depois do estouro do escândalo, quando, em entrevista a duas rádios, o presidente o responsabilizou pela escolha "do pessoal que cuidava da pseudo-inteligência" de sua campanha.

Segundo Berzoini, a "obrigação" de Lorenzetti seria comunicá-lo a respeito da existência do dossiê, "o que ele não fez". Estampado o escândalo nos jornais, o presidente licenciado do PT disse que foi atrás de esclarecimentos. Além de "questionar" o ex-secretário, também pediu explicações a Lorenzetti. Segundo ele, Bargas lhe disse que "não teve participação na negociação de valores em espécie", confirmando declarações do próprio Lorenzetti em depoimento anterior à PF.

Mesmo após procurar tantos esclarecimentos, Berzoini disse à PF que ninguém, até a data do depoimento, havia lhe contado a origem do R$ 1,75 milhão apreendido nas mãos de Gedimar e Valdebran.

Berzoini declarou ainda que, apesar de conhecer Hamilton Lacerda, não pediu explicações a ele por não ser seu subordinado. Lacerda era formalmente ligado à campanha ao governo paulista de Aloizio Mercadante (PT), mas foi flagrado pelas câmeras do Ibis carregando mala que conteria o dinheiro para comprar o dossiê. Além disso, Lacerda afirma em seu depoimento que toda a operação de divulgação das denúncias partiu da equipe da campanha nacional. Berzoini relatou não ter falado com Mercadante.





Fonte: AE

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