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Repórter News - reporternews.com.br
Politica Brasil
Terça - 14 de Novembro de 2006 às 03:34

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cometeu uma gafe nesta segunda-feira na Venezuela, durante discurso de inauguração de uma ponte naquele país, em solenidade na qual apoiou abertamente a reeleição do presidente venezuelano, Hugo Chávez. Na ocasião, Lula saudou as autoridades presentes e cumprimentou os "homens e mulheres da Bolívia". Lula foi alertado pelo tradutor, chegou a repetir "Bolívia" mas em seguida ele próprio corrigiu o equívoco e emendou: "da Venezuela".

O equívoco de Lula lembrou gafe do ex-presidente americano Ronald Reagan, cometida no entanto em solo brasileiro. No início da década de 80, durante visita oficial ao Brasília, propôs um brinde ao "povo da Bolívia".

Durante a inauguração da ponte, erguida sobre o rio Orinoco com recursos do BNDES, Lula aproveitou para atuar como "cabo eleitoral de Chávez, às vésperas das eleições presidenciais venezuelanas.

"O mesmo povo que me elegeu, que elegeu (Néstor) Kirchner (na Argentina), que elegeu Daniel Ortega (na Nicarágua) e que elegeu Evo Morales (na Bolívia) vai eleger o presidente da Venezuela", disse Lula ao inaugurar com Chávez a ponte, construída pela empreiteira brasileira Odebrecht.

A menos de um mês das eleições venezuelanas, no dia 3 de dezembro, Lula lembrou a visita à Venezuela em 2003, quando Chávez foi submetido a um referendo revogatório de seu mandato, que venceu com 59% dos votos.

"Não tenho dúvidas de que há muitos e muitos anos na Venezuela não há um governo que se preocupa tanto com os pobres quanto o seu", disse o presidente brasileiro, enquanto era ovacionado pelos militantes chavistas, todos vestidos de vermelho, a cor do PT e do Movimento Bolivariano, de Chávez.

"Neste segundo mandato, todos os presidentes dos países da América do Sul e da América Latina precisam trabalhar pela integração, como jamais fizeram", afirmou Lula.

O presidente do Brasil destacou o crescente número de líderes da esquerda assumindo governos da região: "Poderia citar nossa querida Michelle Bachelet, no Chile, nosso querido companheiro Kirchner, na Argentina, Tabaré Vázquez, no Uruguai, Nicanor (Duarte), no Paraguai, e Evo Morales, na Bolívia (...) e a volta da Frente Sandinista ao governo da Nicarágua".

"Sei o tipo de críticas que fazem a você, são as mesmas que faziam a mim", disse Lula ao atacar o comportamento da imprensa no Brasil e na Venezuela.

"Tentam criar intrigas e diferenças (...) mas aprendi desde menino a conhecer as pessoas boas, não por palavras, mas pelos olhos e pelo coração".

"Acredito que você provou ao povo da Venezuela que é possível crescer economicamente fazendo justiça social", disse Lula a seu colega venezuelano.

Chávez prometeu que após sua reeleição, "em 7 de dezembro (...) estarei em Brasília".

A ponte inaugurada, que se chamará Orinoquia, começou a ser construída no final de 2001, depois da assinatura de um acordo entre Venezuela e Brasil em 2000.

Com um custo de 1,22 bilhão de dólares, a obra da Odebrecht contou com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Localizada entre os estados Anzoátegui e Bolívar (sudeste da Venezuela), a ponte tem um comprimento de 3.156 metros e possui quatro faixas para veículos e uma linha férrea.

A Odebrecht também construirá uma terceira ponte sobre o rio Orinoco, entre os estados de Guárico e Bolívar, a um custo estimado de 991 milhões de dólares, que deve ficar pronta em 2010.

Lula também participou com Chávez do ato de certificação de reservas petrolíferas na faixa do rio Orinoco, onde Petrobras e a estatal Petróleos de Venezuela operam o campo de Carabobo.





Fonte: Terra

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