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Lula busca nomes para reforçar 'núcleo duro' do Planalto
Sem emitir sinais para acalmar a guerra aberta entre aliados por ministérios com orçamentos volumosos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveita a temporada fisiológica para concentrar sua energia numa equação que tem passado despercebida da fúria partidária: a remontagem da coordenação de governo, antigo núcleo duro do Planalto.
É com esse seleto grupo de conselheiros que ele avalia o cenário político e econômico, divide as decisões do dia-a-dia e traça estratégias.
Lula está preocupado com a possível saída de um dos principais integrantes do núcleo, o criminalista Márcio Thomaz Bastos, ministro da Justiça que atuou como bombeiro nas inúmeras crises políticas e já anunciou sua disposição de não permanecer na equipe, no segundo mandato. O time é composto, ainda, pelos ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Guido Mantega (Fazenda), Tarso Genro (Relações Institucionais) e Luiz Dulci (Secretaria-Geral).
O presidente ainda tenta segurar Bastos, mas já começou a analisar outros nomes para o cargo. Na quarta-feira, deu sinais de que o escolhido poderá ser Sepúlveda Pertence, ministro do Supremo Tribunal Federal prestes a se aposentar.
Num jantar com advogados, entre os quais o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza - que denunciou a existência de uma 'quadrilha' no coração do governo -, Lula sentou-se ao lado de Pertence e conversou animadamente com ele.
Fiel ao estilo de fazer suspense sobre quem escalará para a Esplanada, o presidente brincou com um dos presentes. "Você vai ver como vão dizer que todos aqui neste jantar serão ministros", disse Lula. Nem sempre é assim: na maioria das vezes, ele se irrita quando os nomes que pretende chamar aparecem nos jornais.
Atritos Lula já foi informado de que o retorno de Nelson Jobim ao Ministério da Justiça enfrenta resistências e por isso avalia outras opções.
Ex-titular da pasta no governo de Fernando Henrique Cardoso, Jobim coleciona desafetos na Polícia Federal. Tem, porém, a simpatia de Lula, que chegou a sondá-lo para vice. O acordo só não foi fechado, na época, porque o PMDB não quis casar de papel passado com o PT na eleição.
Filiado ao PMDB, Jobim poderá ocupar outra cadeira. Se depender dele, será a pasta das Relações Institucionais - função hoje nas mãos de Tarso. O destino dessa pasta ainda é incerto: tanto pode ficar com Tarso como ir para Jobim ou para o governador do Acre, Jorge Viana (PT), um discípulo do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci.
"Eu fiquei estarrecido quando vi uma crítica ao que foi feito na economia, neste primeiro mandato, porque acho que a política econômica é um dos grandes patrimônios do governo", diz Viana, em referência à estocada de Tarso, no dia da eleição, sobre o 'fim da era Palocci'.
De qualquer forma, aqui ou ali, Tarso continuará na equipe. Acostumado a não esquentar cadeira - foi ministro da Educação, presidente do PT, fez um vaivém no comando do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social -, ele agora gostaria de ir para Justiça.
Com a provável saída de seu conselheiro nº 1, Lula enfrentará o desafio de encontrar na coordenação de governo um equilíbrio entre desenvolvimentistas e monetaristas.
À exceção do ministro da Justiça e de Paulo Bernardo, do Planejamento, todos no núcleo petista seguem a linha que prega a queda mais acelerada dos juros para permitir crescimento de no mínimo 5% ao ano, mesmo que seja necessário um pouco mais de inflação.
O único do time que paga para não entrar numa briga - tanto que até hoje foge das sondagens para comandar o PT - é Luiz Dulci.
"O presidente já disse que não vai admitir mais inflação nem disputas na coordenação de governo", afirma Dulci. "Quem vai decidir a estratégia econômica é ele e o desafio é crescer mais com responsabilidade fiscal."
Planejado pelo então chefe da Casa Civil José Dirceu, o antigo núcleo duro já foi palco de inúmeras divergências e sofreu várias mudanças desde janeiro de 2003, no início do primeiro mandato de Lula.
O deputado eleito Ciro Gomes (PSB) reforçou o grupo quando foi ministro da Integração Nacional. Também adepto da linha desenvolvimentista, Ciro está cotado para retornar agora ao núcleo porque Lula pretende chamá-lo de volta ao ministério.
Desta vez, a preferência de Ciro é a Saúde - ministério que o PMDB pretende manter sob seu comando por causa do polpudo orçamento: R$ 46,4 bilhões para 2007.
Lula também procura arejar a coordenação de governo com novas idéias. Quer mais agilidade administrativa e menos ideologia. Não é à toa que cada vez mais ele ouve o deputado Delfim Netto (PMDB-SP), um dos responsáveis pelo milagre econômico quando foi ministro da Fazenda, em plena ditadura militar. A aproximação provoca arrepio nos petistas de carteirinha.
É com esse seleto grupo de conselheiros que ele avalia o cenário político e econômico, divide as decisões do dia-a-dia e traça estratégias.
Lula está preocupado com a possível saída de um dos principais integrantes do núcleo, o criminalista Márcio Thomaz Bastos, ministro da Justiça que atuou como bombeiro nas inúmeras crises políticas e já anunciou sua disposição de não permanecer na equipe, no segundo mandato. O time é composto, ainda, pelos ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Guido Mantega (Fazenda), Tarso Genro (Relações Institucionais) e Luiz Dulci (Secretaria-Geral).
O presidente ainda tenta segurar Bastos, mas já começou a analisar outros nomes para o cargo. Na quarta-feira, deu sinais de que o escolhido poderá ser Sepúlveda Pertence, ministro do Supremo Tribunal Federal prestes a se aposentar.
Num jantar com advogados, entre os quais o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza - que denunciou a existência de uma 'quadrilha' no coração do governo -, Lula sentou-se ao lado de Pertence e conversou animadamente com ele.
Fiel ao estilo de fazer suspense sobre quem escalará para a Esplanada, o presidente brincou com um dos presentes. "Você vai ver como vão dizer que todos aqui neste jantar serão ministros", disse Lula. Nem sempre é assim: na maioria das vezes, ele se irrita quando os nomes que pretende chamar aparecem nos jornais.
Atritos Lula já foi informado de que o retorno de Nelson Jobim ao Ministério da Justiça enfrenta resistências e por isso avalia outras opções.
Ex-titular da pasta no governo de Fernando Henrique Cardoso, Jobim coleciona desafetos na Polícia Federal. Tem, porém, a simpatia de Lula, que chegou a sondá-lo para vice. O acordo só não foi fechado, na época, porque o PMDB não quis casar de papel passado com o PT na eleição.
Filiado ao PMDB, Jobim poderá ocupar outra cadeira. Se depender dele, será a pasta das Relações Institucionais - função hoje nas mãos de Tarso. O destino dessa pasta ainda é incerto: tanto pode ficar com Tarso como ir para Jobim ou para o governador do Acre, Jorge Viana (PT), um discípulo do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci.
"Eu fiquei estarrecido quando vi uma crítica ao que foi feito na economia, neste primeiro mandato, porque acho que a política econômica é um dos grandes patrimônios do governo", diz Viana, em referência à estocada de Tarso, no dia da eleição, sobre o 'fim da era Palocci'.
De qualquer forma, aqui ou ali, Tarso continuará na equipe. Acostumado a não esquentar cadeira - foi ministro da Educação, presidente do PT, fez um vaivém no comando do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social -, ele agora gostaria de ir para Justiça.
Com a provável saída de seu conselheiro nº 1, Lula enfrentará o desafio de encontrar na coordenação de governo um equilíbrio entre desenvolvimentistas e monetaristas.
À exceção do ministro da Justiça e de Paulo Bernardo, do Planejamento, todos no núcleo petista seguem a linha que prega a queda mais acelerada dos juros para permitir crescimento de no mínimo 5% ao ano, mesmo que seja necessário um pouco mais de inflação.
O único do time que paga para não entrar numa briga - tanto que até hoje foge das sondagens para comandar o PT - é Luiz Dulci.
"O presidente já disse que não vai admitir mais inflação nem disputas na coordenação de governo", afirma Dulci. "Quem vai decidir a estratégia econômica é ele e o desafio é crescer mais com responsabilidade fiscal."
Planejado pelo então chefe da Casa Civil José Dirceu, o antigo núcleo duro já foi palco de inúmeras divergências e sofreu várias mudanças desde janeiro de 2003, no início do primeiro mandato de Lula.
O deputado eleito Ciro Gomes (PSB) reforçou o grupo quando foi ministro da Integração Nacional. Também adepto da linha desenvolvimentista, Ciro está cotado para retornar agora ao núcleo porque Lula pretende chamá-lo de volta ao ministério.
Desta vez, a preferência de Ciro é a Saúde - ministério que o PMDB pretende manter sob seu comando por causa do polpudo orçamento: R$ 46,4 bilhões para 2007.
Lula também procura arejar a coordenação de governo com novas idéias. Quer mais agilidade administrativa e menos ideologia. Não é à toa que cada vez mais ele ouve o deputado Delfim Netto (PMDB-SP), um dos responsáveis pelo milagre econômico quando foi ministro da Fazenda, em plena ditadura militar. A aproximação provoca arrepio nos petistas de carteirinha.
Fonte:
Agência Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/261271/visualizar/
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