Chinês preso em MT suspeito de agenciar imigrantes é indiciado por introdução ilegal de estrangeiros

A Polícia Federal identificou um chinês que vive no Brasil há três anos como agenciador dos trabalhadores chineses presos em Cuiabá e Cáceres. Eles tentavam embarcar para São Paulo depois de entrar ilegalmente no país pela fronteira com a Bolívia.

O chinês suspeito de agenciar os imigrantes foi indiciado por introdução ilegal de estrangeiros no Brasil e notificado a deixar o país. A Polícia Federal descobriu que Long Miao (27), agenciava trabalhadores chineses que entravam no Brasil sem visto de permanência.

Na última quinta-feira (09), 12 chineses foram detidos no aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, quando se preparavam para embarcar para São Paulo. Todos foram deportados. Há 15 dias, Long Miao já tinha sido preso em um hotel Cáceres (220 quilômetros de Cuiabá), que fica apenas 60 km da fronteira com a Bolívia.

Ele carregava o equivalente a R$ 28 mil em dinheiro e 11 passagens aéreas para São Paulo. Junto com o chinês estavam 11 conterrâneos, que também já foram deportados por falta de visto. "A indícios que ele comanda algum tipo de grupo ou está próximo de um alto escalão de algum grupo especializado em imigração ilegal", disse o delegado da Polícia Federal, Márcio de Faria,

De acordo com as investigações, os trabalhadores partem de várias cidades chinesas com destino a Lima, no Peru, de onde seguem de ônibus para Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, e depois, San Mathias, onde tomam um táxi e cruzam a fronteira com o Brasil.

Os policiais dizem que é dificil saber qual o fluxo de chineses que passam por Mato grosso para entrar ilegalmente no Brasil. A vigilância é maior na BR-070, rodovia que liga os dois países. O problema é o restante dos 700 quilômetros de fronteira seca no Estado, com estradas desertas e quase nenhuma fiscalização.

São apenas 120 homens do Grupo de Fronteiras, espalhados por 6 postos, e 53 policiais rodoviários federais, para vigiar toda a região.