Blair é criticado por colaborar com os EUA e não com o Parlamento
Em declarações publicadas hoje pela imprensa local, o líder dos liberais democratas, Menzies Campbell, qualificou de "intolerável" que Blair "testemunhe no marco de uma investigação americana e se negue a fazer o mesmo perante seu próprio Parlamento".
"É ao Parlamento (britânico) que Blair deveria dar explicações e revelar a estratégia que busca", disse Campbell.
Um porta-voz de Downing Street, o escritório do primeiro-ministro, disse que a maioria do povo britânico ficará alegre em ver Blair colaborando com o grupo americano, e acrescentou que "é uma vergonha" que Campbell não compartilhe essa opinião.
O Partido Trabalhista do premier bloqueou na semana passada uma tentativa dos partidos nacionalistas do Parlamento britânico, apoiado pela oposição conservadora, de forçar uma investigação na Câmara dos Comuns sobre a condução da Guerra do Iraque.
O argumento usado por Blair e seus correligionários foi o de que uma investigação parlamentar neste momento minaria a moral das tropas britânicas que servem no Iraque e encorajaria os insurgentes no país árabe.
O premier britânico dará sua versão sobre a guerra na próxima terça-feira, em Londres, durante uma videoconferência com membros do chamado Grupo de Estudo sobre o Iraque, dirigido pelo ex-secretário de Estado americano James Baker.
O grupo terá se reunido no dia anterior com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que optou pela invasão do Iraque ao lado de Blair com o falso argumento da existência de armas de destruição em massa no país de Saddam Hussein.
Uma porta-voz do escritório do primeiro-ministro afirmou à "BBC" que Blair expressaria à equipe americana suas idéias sobre a situação no Iraque, e explicou que alguns funcionários do Governo de Londres já estiveram em contato com esse grupo desde que ele foi constituído em Washington.
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